ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA
DESTINADA A DISCUTIR QUESTÕES RELATIVAS AOS SERVIÇOS PÚBLICOS PRESTADOS NO
BAIRRO ASSUNÇÃO – QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA
LEGISLATURA, EM 13-5-2008.
Aos treze dias do mês de maio
do ano dois mil e oito, reuniu-se, no Salão Paroquial da Igreja Nossa Senhora
da Assunção, na Praça José Antônio Assunção, a Câmara Municipal de Porto
Alegre. Às dezenove horas e quarenta minutos, o Vereador Sebastião Melo assumiu
a presidência e declarou abertos os trabalhos, tendo como Mediador o Senhor
José Luis Espíndola Lopes, informando que a presente Audiência Pública seria
destinada a discutir e apresentar questões relativas aos diversos serviços
públicos prestados no Bairro Assunção, conforme requerido pelo Clube de Mães da
Vila Assunção (Processo nº 2704/08), nos termos do Edital publicado no Diário
Oficial de Porto Alegre – DOPA –, no dia vinte e oito de abril do corrente.
Durante os trabalhos, estiveram presentes os Vereadores Adeli Sell, Carlos
Comassetto, Claudio Sebenelo, Ervino Besson, José Ismael Heinen, Maurício
Dziedricki, Neuza Canabarro, Professor Garcia e Sebastião Melo. Compuseram a
Mesa: o Vereador Sebastião Melo, Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre; a Senhora Cléa Sandri, Presidenta do Clube de Mães da Vila Assunção; o
Senhor Francisco Melos, do Departamento de Esgotos Pluviais – DEP –; o Senhor
Alceu de Deus Collares, ex-Governador do Estado do Rio Grande do Sul; o
Vereador Ervino Besson, 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre. A
seguir, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca das normas a serem
observadas durante os trabalhos da presente Audiência Pública, informando que
as manifestações dos interessados seriam em número de dez e teriam duração
máxima de cinco minutos cada uma. Também, o Senhor Presidente convidou para
palestra a ser proferida amanhã pelo Professor Orlando Strambi, na Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS –, tendo como tema
“Planejamento e Mobilidade Sustentável”, evento integrante do Fórum “Porto
Alegre: Uma Visão de Futuro”, promovido pela Câmara Municipal de Porto Alegre
em parceria com a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura –
ASBEA/RS –, com a Confederação Nacional dos Municípios e com o Instituto de
Arquitetos do Brasil – Departamento do Rio Grande do Sul. Em continuidade,
foram iniciados os debates e o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora
Cléa Sandri, Presidenta do Clube de Mães da Vila Assunção; aos Senhores André
Huyer; Carlos Garcia; José Augusto Roth; Hernan Crosa; às Senhoras Silvana
Bergesch; Fernanda Schaan; ao Senhor Rogério Portanova Leal; à Senhora Maria de
Lourdes dos Santos Sprenger, Delegada do Fórum de Planejamento da Região 6 do
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre; aos Senhores
Lino Hamann; Alexandre Hartman, da Associação Pró-Esporte, Cultura e Meio
Ambiente – APROA/RS –; ao Vereador Ervino Besson; aos Senhores Irani Arndt, do
Instituto Pedagógico Tabor; Antônio Pires; ao Vereador Carlos Comassetto; às
Senhoras Branca Mardini, Vera Vogel Grijó, do Espaço de Escola Infantil Capela
Navegantes; ao Vereador José Ismael Heinen; ao Senhor André Carus, Coordenador
do Núcleo de Ação e Inclusão Social da Zona Sul – NAISUL –; ao Vereador
Maurício Dziedricki; ao Senhor Nereu Roberto Braga, da Associação de Moradores
da Vila Guaíba; à Senhora Renata Gonçalves, Síndica do Conjunto Residencial
Poente da Vila; ao Vereador Adeli Sell; às Senhoras Isabel Loss; Lea Rahn; ao
Vereador Professor Garcia e à Vereadora Neuza Canabarro, que se manifestaram
acerca dos serviços públicos a que tem acesso a população residente no Bairro
Assunção. Após, o Senhor Presidente pronunciou-se sobre a importância da
presente Audiência Pública e das responsabilidades da Câmara Municipal de Porto
Alegre em ouvir as reivindicações da população porto-alegrense. Também, durante
a presente Audiência Pública, o Senhor Presidente registrou as presenças dos
Senhores Adroaldo Streck; Jorge Ribeiro, da Empresa Pública de Transporte e
Circulação – EPTC –; Aldemir Fogaça Antunes, da Secretaria Municipal de Obras e
Viação – SMOV –; Sílvio Pereira Filho, Coordenador Jurídico do Departamento
Municipal de Habitação – DEMHAB –; Gustavo Cassel, da Gerência Metropolitana da
Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE –; Carlos Alberto, do
Departamento Municipal de Limpeza Urbana – DMLU –; Carlos Augusto Fonseca
Pereira, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana; do
Tenente Alvani Freitas Correa, do 1º Batalhão de Polícia Militar; das Senhoras
Cíntia Krás Borges, da Secretaria de Planejamento Municipal – SPM –; e Angélica
Leal, da Secretaria Municipal do Meio Ambiente – SMAM. Às
vinte e duas horas e um minuto, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos da presente Audiência Pública. Os trabalhos
foram presididos pelo Vereador Sebastião Melo e secretariados pelo Vereador
Ervino Besson, 1º Secretário. Do que eu, Ervino Besson, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata, que será assinada por mim e pelo
Senhor Presidente.
O
SR. JOSÉ LUIS ESPÍNDOLA LOPES (Mediador): (Falha no microfone.) (Troca-se o microfone.) Por isso
criamos o “Porto Alegre, Uma Visão de Futuro”, um Fórum que vai promover cinco
debates sobre o planejamento de nossa metrópole. Participe e ajude a construir
o futuro de Porto Alegre. “Porto Alegre, Uma Visão de Futuro”. Teatro do Prédio
40, na PUC, inicia amanhã, às 9 horas da manhã, estamos convidando todos para
participarem desse evento. (Pausa.) Audiência Pública com o objetivo de
discutir e apresentar questões relativas aos diversos serviços públicos,
prestados nos bairros que serão citados, aos Srs. Vereadores e aos órgãos
competentes.
“O
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, no uso de suas atribuições
legais, comunica à comunidade porto-alegrense a realização de Audiência
Pública, a pedido do Clube de Mães da Vila Assunção, no dia 13 de maio de 2008,
às 19 horas, no Salão Paroquial da Igreja Nossa Senhora da Assunção, na Praça
José Antonio Assunção, nº 1, Bairro Assunção, com o objetivo de apresentar
questões relativas aos diversos serviços públicos prestados naquela comunidade.
Gabinete da Presidência, 23 de abril de 2008. Ver. Sebastião Melo, Presidente.”
Convidamos
para compor a Mesa desta Audiência Pública o Sr. Presidente da Câmara Municipal
de Porto Alegre, Sebastião Melo; a Srª Presidente do Clube de Mães da Vila
Assunção, Srª Cléa Sandri; o Sr. Francisco Melos, do DEP; os Vereadores Ervino
Besson (que já está na Mesa), Carlos Comassetto, José Ismael Heinen e Maurício
Dziedricki.
Com
a palavra o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Sebastião
Melo.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A
nossa saudação aos participantes desta Audiência Pública, todos são muito
bem-vindos. Nós estamos aqui pela provocação do Clube de Mães e por extensão de
todos os senhores que solicitaram esta Audiência Pública. A Câmara, portanto,
cumpre com o seu dever de estar no dia-a-dia das comunidades.
Declaro
abertos os trabalhos e a partir deste momento estão abertas as inscrições.
A Audiência Pública tem um
regramento, esse regramento prevê dez inscrições, e, portanto, aqui, com o Sr.
Brasil, as entidades, ou pessoas físicas, podem solicitar inscrição a partir
deste momento. Há um prazo de cinco minutos.
Vejo
que há alguns outros órgãos do Governo, que não estão à Mesa, eu peço a
gentileza para que venham sentar conosco, o Marcelo é um deles, do DMAE. Quem
mais do Governo está aí representando os órgãos Municipais, Delegacia de
Polícia, Brigada Militar? Solicito que todos venham aqui para frente, já, e
depois vamos fazer as devidas apresentações.
As
inscrições estão abertas, a partir de agora, são dez inscrições, com o Sr.
Brasil. Evidentemente que, havendo uma ou outra inscrição a mais, nós vamos
decidir, coletivamente, nós não queremos prejudicar ninguém que queira
contribuir.
Bom,
peço silêncio e um pouquinho de paciência, para que a gente possa iniciar a
nossa Audiência.
O
Marcelo está dizendo que há apresentação de data show, para passar
algumas questões, então isso aí é uma questão operacional que temos que
enfrentar. Deveriam ter enfrentado antes, pois nós precisamos começar a
Audiência.
Permitam-me,
de forma muito rápida, dizer que a nossa gestão, frente à Câmara Municipal, tem
um compromisso de levar a Câmara para os demais diversos pontos da Cidade. Nós
já estamos na quarta Audiência Pública, neste ano, temos várias outras
Audiências Públicas marcadas, porque a gente acha que o Poder Legislativo
precisa descentralizar as suas ações. Nós convidamos e não convocamos. Nós convidamos
o Governo, para que o Governo possa, sendo instado pela comunidade, nos
serviços da Cidade, nas demandas da Cidade, ter também a oportunidade de fazer
as suas manifestações. O Prefeito me ligou, hoje de tarde, dizendo que talvez
nem todos os órgãos estariam aqui, porque hoje tem Orçamento Participativo nas
Ilhas, e o Governo está instado nas Ilhas, mas faria um esforço enorme para
que, se não estivessem os Secretários, que estão com ele, que pudessem estar as
representações. Então, eu acho que vamos ter uma Audiência bastante proveitosa.
Como
procedemos nas Audiências Públicas? Tudo isso está sendo devidamente gravado,
taquigrafado, e a Diretoria Legislativa, em tempo hábil, monta um processo das
demandas, e nós mandamos, ao Prefeito, aquilo que foi tratado em Audiência
Pública. Enviamos cópias aos órgãos competentes, também, do Governo, para que
não fique centralizado só no Governo, só no Prefeito. Portanto, as demandas que
os senhores estarão postulando aqui chegarão ao Prefeito e as órgãos competentes.
O
Vereador Garcia, Líder do Governo, se faz presente nesta Audiência.
Queria,
antes de passar a palavra à Presidenta do Clube de Mães da Vila Assunção, dizer
que os senhores têm acompanhado pelo rádio, especialmente uma chamada do Fórum
que começa amanhã, na Pontifícia Universidade Católica, comandado pela Câmara e
por co-parcerias com a Sociedade de Engenharia Asbea; Confederação Nacional dos
Municípios e Instituto dos Arquitetos.
Nós
achamos que, se Porto Alegre tivesse há trinta anos planejado melhor as suas
ações, talvez nós não estivéssemos com tantos problemas, começando pelo
trânsito e outras questões que hoje nós vivenciamos. Então, a Câmara, está
recebendo amanhã, o Professor Orlando Strambi, com mestrado em Trânsito, metrô,
da Universidade de Campinas e da USP, junto com o Prefeito de Curitiba, Cássio
Taniguchi; o Professor Lindau, da UFRGS; o Professor Senna e o Diretor
do Trensurb, Marco Arildo Cunha, e nós vamos produzir! Já são quase 600 pessoas
que se inscreveram, é isso Andréa? Quase seiscentas pessoas que acessaram o site
da Câmara.
Portanto,
será uma Audiência muito concorrida, mas aqueles que quiserem participar, ainda
há espaço, a entrada é franca e são muito bem-vindos para colaborar. E paralelo
a esta discussão, nós queremos também dizer que a partir da semana que vem, nós
estaremos reunido, uma vez por semana, na Presidência da Casa, aberta a tantos
movimentos que queiram e devam participar, a possibilidade de Porto Alegre
criar um instituto de grandes estudos para pensarmos esta Cidade, especialmente
nos grandes eixos que ela precisa enfrentar. Então, queria antes de começar a
Audiência, dizer que para nós seria muito bom se pudéssemos contar com os
senhores, no mínimo uma representação desses bairros do centro-sul da Cidade.
Passo
a palavra à nossa Presidenta que tem o prazo de até dez minutos, porque ela foi
a requerente, e depois nós seguiremos as inscrições na ordem feita com o Sr.
Brasil. Portanto, Presidenta, a senhora está com a palavra.
A
SRA. CLÉA SANDRI: Boa-noite,
eu quero agradecer, ao Presidente da Câmara na pessoa do Ver. Sebastião Melo,
por esta Audiência que está acontecendo. Eu quero cumprimentar todas as
autoridades que estão aqui presentes representando os órgãos da Prefeitura, ao
representante da Brigada Militar e, realmente, eu quero cumprimentar cada um de
vocês, em particular, por terem atendido este convite do Clube de Mães Vila
Assunção e por estarem hoje, aqui, para que a gente possa fazer as demandas que
nós precisamos como moradores da Vila Assunção, pagadores dos nossos IPTUs, e
solicitando investimentos que nós precisamos.
Quero
agradecer em especial ao Padre Clóvis pela cedência desse espaço, o Salão
Paroquial da Igreja Nossa Senhora da Assunção.
Desejo
a todos um evento muito proveitoso, e que a gente saiba colocar o que
precisamos e que a Prefeitura possa nos atender em tempo hábil. Obrigada e
sejam bem-vindos e aproveitem cem por cento o nosso encontro.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Então
vamos iniciar com as manifestações. Os senhores Vereadores nos dão a honra aqui
com as suas presenças, já devidamente nominados. A gente poderia primeiramente
ouvir a maioria da comunidade, e, mais para o final, os Vereadores então
pudessem intervir, porque eu acho que a finalidade de todos nós, em primeiro lugar,
é ouvi-los. Então, fica aqui como sugestão, que mais para o final os Vereadores
possam se manifestar. Com a palavra o Sr. André Huyer, da comunidade do bairro,
Clube de Mães.
O
SR. ANDRÉ HUYER: Boa-noite.
Em 1937 a Prefeitura aprovou o loteamento aqui da Vila Assunção, e este
loteamento foi aprovado, na Prefeitura, estabelecendo que teriam de ser
habitações de centro de terreno, afastado das divisas, com dois pavimentos, no
máximo, 40% de taxa de ocupação e, principalmente, com aspecto residencial. Hoje
em dia, se vocês circularem por dentro da Vila Assunção, em ruas secundárias,
inclusive, vocês vão encontrar condomínios, construídos nas divisas, de fachada
cega, edifícios de cinco pavimentos, escolas e várias outras atividades que não
tem nada a ver com o estabelecido aqui antigamente.
Com
o passar dos anos, o Plano Diretor e as regulamentações foram afrouxando e
dando margem a tudo isso. No ano 2004, a Prefeitura estabeleceu o Decreto das
Áreas Especiais de Interesse Cultural, que, de certa maneira, resgatou a
Legislação original da Vila Assunção, não com tanto rigor como era na época,
mas em condições de preservar as características originais. O Projeto que o
Executivo mandou para a Câmara de Vereadores - reformulação do Plano Diretor -
acaba com este enfoque que as Áreas Especiais de Interesse Cultural tinham. Ele
volta com a cota ideal de 75 metros, taxa de ocupação, altura e várias outras
coisas; ele liquida com o Decreto da maneira como estava.
Eu
até faria uma comparação... seria equivalente se daqui a uns vinte anos a
Câmara de Vereadores liberasse a construção de edifício no Terraville, lá em
Belém Novo. É isto que está acontecendo na Vila Assunção. As pessoas compraram
terreno aqui para ter só residência, e, hoje, a Prefeitura está passando a
deixar fazer edifícios; já estão por aí condomínios, etc... Então esta é a
idéia, muita atenção quando for votado o Plano Diretor, o Decreto das Áreas
Especiais de Interesse Cultural, que, como foi enviado para a Câmara, deturpa a
idéia original e vai voltar toda a degradação que continua proliferando por
aqui. É isso. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Com
a palavra o Sr. Carlos Garcia.
O
SR. CARLOS GARCIA: Boa-noite
a todos. Quanto à questão de Segurança aqui no bairro, como é que nós estamos?
Nós, hoje no bairro da Vila Assunção, há uma progressiva no aumento de
furtos e roubos. Então, eu acho que está no momento de nós começarmos a buscar
soluções que possam, junto ao Poder Público, que minimizem esta quantidade de
furtos e roubos que vêm acontecendo no momento. O que nós precisaríamos?
Precisaríamos de uma parceria entre os órgãos de Segurança, Brigada Militar,
Polícia Civil, inclusive a Guarda Municipal, para que fizessem uma integração,
por exemplo, as guaritas que nós temos de vigilância. Nós temos, hoje, na Vila
Assunção, cinqüenta e duas guaritas de vigilância. Além do mais, nós temos
medidas simples que a Prefeitura poderia tomar que ajudariam muito, por
exemplo, nas áreas de iluminação. Nós temos problemas sérios de iluminação que vêm
diretamente de encontro à segurança, que são medidas como: troca de lâmpadas ou
luminárias; uma coisa muito simples como a poda de árvores junto às luminárias;
a elevação da copa das árvores ou da saia das árvores, mantendo isso nas praças
e locais públicos onde ocorre isso. Aqui mesmo na avenida principal nossa, Av.
Pereira Passos, existem verdadeiras moitas que servem de esconderijo; então são
medidas simples que não tem problema de investimento, que podem ser facilmente
resolvidas. Nós temos sugestões como colocar um posto avançado da Brigada
Militar junto à estação de Bombeiros, porque já é um local da Brigada Militar -
a estação de Bombeiros -, e onde já houve, há muitos anos -, já foi usado algo
parecido para isso. Bem como, na esquina da Av. Pereira Passos com a Av.
Wenceslau Escobar, já existe um abrigo onde a Brigada Militar mantinha sempre
um veículo naquele local; então, gostaríamos que isso voltasse. Principalmente
com a incidência do novo shopping, quer dizer, vamos estar muito mais
vulneráveis a essa locomoção.
Um outro ponto interessante que podemos tentar
verificar com o Município é a questão de câmeras de segurança. No bairro
existem locais onde há uma necessidade muito grande de manter, por exemplo,
policiamento durante um longo tempo; a gente sabe que isso é muito difícil. Por
exemplo a Guarda Municipal poderia estar fazendo rondas seguidas nas áreas
públicas do Município, como é o caso da Creche Nossa Senhora dos Navegantes, do
Colégio Santos Dumont, na orla do Guaíba, nas praças. Com isso, iria coibir
muito positivamente a presença de elementos que seriam nocivos, como é a
questão da droga; a gente sabe, a gente passa perto do colégio e vê elementos
que estão sempre buscando os adolescentes; isso nós temos que – ainda está
nascendo dentro da Vila Assunção -, tentar colocar um basta.
Uma outra sugestão... A questão das câmeras, para o
Município não é difícil em função de que a PROCEMPA, que é uma empresa do
Município, já faz, já tem essa atividade, já tem essa tecnologia. Então
poderíamos estudar alguma coisa junto à PROCEMPA, para que pudesse utilizar a
questão das câmeras aqui.
Uma outra questão que é crescente no bairro é a
questão das carroças. Bom, é um caso delicado. Existe a coleta do lixo
seletivo; mas existem junto com essas carroças outras que aproveitam a
situação; então há uma corrente muito grande de furtos, e este que vos fala já
foi vítima de um furto desses, de carroceiros. Então está acontecendo em
inúmeros casos; temos em torno de 16 a 17 casos, desde novembro até agora, com
furtos por pessoal que aproveita a coleta de lixo seletivo e que não são
aqueles do DMLU. Existe, me parece, uma resolução do Município, através da
EPTC, que é uma resolução que diz que as carroças devem ser cadastradas e
emplacadas. Então, a reivindicação do bairro seria que somente circulassem
aquelas carroças que são cadastradas e que possam ser fiscalizadas facilmente
pela EPTC; então pediríamos uma fiscalização da EPTC mais atuante nessa
condição das carroças.
Sobre a questão da Brigada Militar, a sua presença
é muito importante porque é o único órgão no momento que nos dá cobertura.
Precisaríamos uma melhor condição, que seria a Guarda Municipal também estar
presente nessas áreas públicas. É só isso, muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Queremos dizer
aos nossos participantes que ainda há alguns lugares aqui na parte da frente
que podem ser ocupados. Por gentileza, há mais algumas cadeiras, Vilma? Há mais
alguns lugares para o pessoal que está lá na porta. Queremos, entre tantas
pessoas que nos honram com suas presenças, vejo ali o meu querido amigo,
Adroaldo Streck; fazia tempo que não o reencontrava, um abraço Streck.
Com a palavra o Sr. José Augusto Roth.
O SR. JOSÉ AUGUSTO ROTH: Boa-noite a
todos. Temos algumas observações e sugestões referentes ao sistema viário.
Primeiro, referente à Av. Diário de Notícias: todos estão observando,
diariamente, os congestionamentos constantes que estão ocorrendo na Av. Diário
de Notícias, principalmente devido às obras do Shopping Barra Sul; isso vai se
agravar cada vez mais, quando esse empreendimento ficar pronto. Temos
conhecimento de que existe o projeto, que começou a execução da duplicação da
Av. Diário de Notícias, que deve se estender até uma comunicação com a Av.
Wenceslau Escobar. Pelo que se sabe desse Projeto, essa duplicação termina em
frente ao Supermercado Nacional. Nós achamos e sugerimos que essa duplicação
deve continuar pelo menos até a Av. Pereira Passos; senão aquilo vai virar um
verdadeiro funil; então a nossa observação e sugestão é que a duplicação da Av.
Diário de Notícias, junto com a Av. Wenceslau Escobar, seja completada no
início da Av. Pereira Passos.
Segundo passo: a Av. Pereira Passos é a principal
via do bairro, as condições de trafegabilidade dessa avenida são péssimas;
todos sabem a maneira como está o calçamento. São realizadas obras do DMAE,
CEEE, vários órgãos públicos fazem buracos, e quando terminam a obra,
simplesmente jogam as pedras em cima. O que queremos, então, é que seja feita
uma repavimentação adequada; não vamos discutir se é asfalto, se é
paralelepípedo, se é bloco de concreto; mas pelo menos que a repavimentação
permita um tráfego que não seja o que temos agora, que acaba destruindo os
veículos. Inclusive sabemos que o serviço de lotação que circulava antigamente
no bairro foi interrompido sob a alegação das concessionárias de que a
pavimentação da Av. Pereira Passos não dava condições para eles circularem.
Quem anda de ônibus na Av. Pereira Passos sabe bem que, quando o ônibus circula
naquele trecho, parece que o ônibus vai se desmanchar; um verdadeiro teste para
suspensão e para os vidros das janelas dos ônibus.
Outro ponto é o seguinte: cada vez mais que se
intensifica o tráfego na Av. Wenceslau Escobar e na Av. Diário de Notícias, a
comunicação, o tráfego para o Centro fica cada vez pior. Estamos sugerindo uma
alternativa que facilite a comunicação, o tráfego em direção ao Centro,
utilizando a Av. Guaíba. Nós já fizemos um estudo para que seja construída uma
rótula no entroncamento da Av. Guaíba com a Av. Pereira Passos, de modo a
permitir que quem se dirija ao Centro contorne essa rótula e siga em direção ao
Centro na continuidade da Av. Guaíba. Quem mora no bairro sabe que, quem vem
pela Av. Guaíba e quer ir ao Centro, entra na Av. Pereira Passos, faz um
contorno na esquina da padaria, e depois faz a volta. Inclusive, quando
atravessa a Av. Pereira Passos,
tem um problema da visão prejudicada pelas árvores que há no meio da Avenida.
Então, o que a gente quer que seja feito é uma rótula no local onde havia,
antes, aquele posto de gasolina, que ficou muitos anos abandonado. Aquilo,
agora, só está servindo como estacionamento.
Outro
ponto: a Rua Caeté tinha mão única no tempo em que existia o supermercado
“Zaffarinho”. Esse supermercado já não existe há dois ou três anos. Então, nós
achamos que não justifica mais haver mão única naquele trecho da Rua Caeté em
frente à praça, em frente ao antigo supermercado. Quem vem da Tristeza e quer
entrar na Pereira Passos tem que fazer um contorno naquela praça. A nossa
sugestão é que volte a mão dupla naquele trecho da Rua Caeté.
Por
último, uma sugestão do nosso vizinho Carminati, referente às sinaleiras.
Existem duas sinaleiras: uma em frente ao Supermercado Nacional e um semáforo
manual em frente àquele conjunto Santos Dumont, na Av. Wenceslau Escobar.
Então, o que acontece? Quando abre o sinal no Nacional, os carros avançam; logo
adiante, param naquela outra sinaleira manual. Acho que é bastante simples
estabelecer um sincronismo entre as duas sinaleiras, acho que irá facilitar
bastante o fluxo de tráfego naquela Avenida. Esses são os principais pontos que
nós tínhamos a sugerir. Obrigado. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registramos,
também, a presença do nosso querido Ver. Adeli Sell, que já se encontra na Mesa
de trabalhos.
Pela
ordem, o Sr. Hernan Crosa está com a palavra.
O
SR. HERNAN CROSA: Boa-noite
a todos. Nós temos algumas pequenas sugestões em matéria de transporte. Embora
consideremos que a Vila Assunção e imediações estejam razoavelmente bem
atendidas, nós queremos fazer alguma otimizações no nosso sistema de transporte
particular.
Em
primeiro lugar, nós queremos falar sobre a linha C-80, conhecida como Circular
Zona Sul, que muito pouca gente conhece, inclusive o itinerário e muito menos
os horários por esta linha atendidos: são completamente aleatórios. Então, é
necessário que haja uma indicação nas paradas do trajeto da Zona Circular Zona
Sul e dos horários, e que sejam cumpridos aqueles horários. A gente sai para
pegar esses ônibus e não sabemos a que horas virão. Esses ônibus atendem uma
série de avenidas da Zona Sul, desde a Av. Teresópolis, a Av. Nonoai, a Av.
Cavalhada, a Av. Otto Niemeyer, contornando, posteriormente, toda a Av. Guaíba
e entrando na Av. Pereira Passos; ela termina praticamente na Rua Cel. Massot.
Então, é um trajeto muito interessante, tem muitos colégios e interliga vários
bairros da Zona Sul. É uma linha que deveria ser melhor atendida. Eu insisto:
placas indicativas do trajeto, dos horários, e que os mesmos sejam cumpridos.
A
outra reivindicação que nós temos é uma reivindicação extremamente simples.
Refere-se às linhas T3 e T4. As linhas T3 e T4 são aquelas linhas que terminam
na frente do Colégio Leonardo da Vinci ou Tumeleiro. Essas empresas e essas
linhas atendem várias Universidades: PUC, UFRGS; e temos um grande número de
usuários, jovens, adolescentes, que, principalmente, utilizam esta linha.
Entretanto, como termina lá no Cristal, muita gente se vê impossibilitada ou,
então, na iminência de ter que tomar outro ônibus para chegar à Assunção ou à
Tristeza. Então, nós pensamos: por que não prolongar essas linhas, desde o
Cristal até a Praça Souza Gomes? A Praça Souza Gomes é aquela praça aqui da
Tristeza. É uma ampliação de aproximadamente 500 metros a mais, que traria
grandes benefícios para a comunidade da Zona Sul e da Tristeza, principalmente.
Não custaria praticamente nada e seria de muita utilidade, principalmente à
noite, quando muitos alunos vêm da Universidade, às 11h da noite, descem naquele
ponto e têm que enfrentar a travessia até a nossa zona.
Por
último, a grande reivindicação. Essa, sim, é um clamor popular da Vila
Assunção, principalmente: é a volta do lotação. (Palmas.) O bairro da Vila
Assunção mudou muito nesses últimos anos. Há uma população bastante grande de
meia idade para cima que gostaria de ter um transporte um pouco mais
confortável do que os ônibus. O Roth falava, aqui: realmente é uma aventura se
deslocar naqueles ônibus. No lotação, a gente vai sentado, tem ar-condicionado,
é um transporte rápido e eficiente a custo razoável. Então, a relação
custo/benefício é ótima. Entretanto, nós, da Vila Assunção, fomos privados
desta lotação. Aquele trajeto que está lá, em azul, é o trajeto que faz a linha
Tristeza, hoje. Nós estamos sugerindo o trajeto vermelho, entrando na Av.
Pereira Passos, contornando a Av. Guaíba e, depois, voltando para o seu destino
anterior, a Av. Wenceslau Escobar, e continuar desse jeito. Sugerimos que seja
criada a linha Tristeza/Assunção. Agora, como poderia ser implementada? Bom, as
empresas de circulação, de transporte, poderiam definir a melhor forma de
atender esse anseio popular, que é a volta da lotação na Tristeza. Essas são as
nossas solicitações. Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebatião Melo): Quero
dizer aos nossos participantes que ainda há alguns lugares, algumas cadeiras
que nós estamos providenciando, para vocês terem maior conforto. Podem sentar,
por favor.
Registramos, também, a presença do Ver.
Maurício Dziedricki.
A
Srª Silvana Bergesch está com a palavra.
A
SRA. SILVANA BERGESCH: Boa-noite
a todos. Eu queria abordar algumas questões referentes ao Plano Diretor. Uma
das nossas preocupações são os empreendimentos e os equipamentos públicos
localizados em ruas secundárias. Isso não é previsto pelo Plano Diretor. Uma
grande preocupação é o Colégio Saint Exupéry, na Rua Cariri, que está causando
grande desconforto, há muito tempo, para os moradores do entorno. O tráfego de
veículos é muito intenso. A gritaria, as sirenes da escola, inclusive nos
finais de semana, atrapalham muito os moradores. Isso, realmente, está
atrapalhando, e a gente gostaria de alguma resposta em relação a isso, a
revogação do alvará de funcionamento, porque é um problema que há muito tempo
há nos aflige.
Um
outro empreendimento que está começando a acontecer numa rua secundária, é na
Rua Paraguá, n° 70. Nós ficamos sabendo, ontem, que a FASC está, ali, prevendo
uma casa de abrigo, reformando para instalar uma casa de abrigo para menores. A
gente gostaria também de saber com base no quê, quem são esses menores. Por que
ali? É essa a questão. Sem preconceitos, mas é pelo uso indevido; o nosso
bairro não contempla isso no Plano Diretor.
Outra
questão do Plano Diretor é quanto à orla do Guaíba. Já entrando no bairro,
terminando a Av. Diário de Notícias e começando a Av. Guaíba, no entroncamento,
quem costuma caminhar - e muita gente aqui costuma caminhar pela Assunção -
sabe da dificuldade que é caminhar por ali, por aquele local. Na frente da Vila
dos Pescadores tem uma calçada - precária, mas tem; mas, do outro lado, com
exceção da frente do Clube Veleiros do Sul, do outro lado da Avenida, ali, não
existe calçamento algum: o espaço onde deveria ser passeio público é tomado por
mato; as pessoas têm muita dificuldade em caminhar ali; em alguns trechos,
inclusive, os moradores fizeram muretas de pedras na perpendicular do meio-fio
para reservar as vagas de automóveis. Em frente ao condomínio da pedreira que
tem ali também não existe calçada; junto ao meio-fio tem pinturas amarelas de
estacionamento oblíquo, obrigando o pedestre a sair pelo meio da Avenida. E ali
é um local perigoso, onde não se tem nem visibilidade dos carros que vêm.
Terminando esse trecho, chegando, então, na Av. Pereira Passos, e continuando na
orla a partir dos Bombeiros, nós gostaríamos de uma intervenção um pouquinho
maior do que simplesmente uma calçada nesse trecho anterior que eu comentei.
Nós conseguimos o apoio de uma equipe de pós-graduação da UFRGS. Colaborando
com a gente, a Professora Maristela, da disciplina de Paisagismo vai trabalhar
juntamente com seus alunos um trabalho paisagístico para a orla, para o trecho
que vai desde os Bombeiros até o final daquele trecho de praia, que é onde
desemboca a Rua Xavantes, passando a casa de bombas. (Manifestação fora do
microfone. Inaudível.) Copacabana, desculpem. Então, esses alunos vão
desenvolver esse projeto, e esse projeto a gente vai usar como estudo técnico
para encaminhar para a SPM como os anseios nossos, dos moradores,o que nós queremos.
A Fernanda, que é moradora do bairro, a arquiteta Fernanda Schan, e também é
estudante da pós-graduação da UFRGS, é a próxima pessoa que está inscrita para
falar, vai dar continuidade a esse assunto e vai falar, então, sobre o que a
gente pensa, o que a gente quer para esse espaço. Obrigada. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Registramos a presença do representante da EPTC, o Sr. Jorge. Por gentileza,
Jorge. É importante que o senhor esteja aqui. Aliás, chegou atrasado e já
deixou de ouvir uma série de reivindicações. Eu queria pedir às pessoas que
estão se manifestando que antes de saírem pudessem dar um depoimento à
TVCâmara, porque sempre é um documentário que vai junto, das reivindicações, é
um resumo. Então, a Mari está ali, da nossa TVCâmara. Por gentileza, Mari,
depois tem a lista aqui para tu não esqueceres ninguém. Os que se manifestaram
no microfone poderão fazer um depoimento.
Por
gentileza, agora, a senhora Fernanda Schan está com a palavra.
A
SRA. FERNANDA SCHAAN:
Boa-noite. Como a Silvana já falou, meu nome é Fernanda. Eu sou moradora e
também participo desse grupo da Faculdade de Arquitetura, do Mestrado, que está
disposto a ajudar a comunidade a fazer um projeto de revitalização dessa orla,
a partir dos Bombeiros, da curva dos Bombeiros até o final da Av. Guaíba.
Como
representante da comunidade, a gente tem buscado quais são as reais
necessidades do pessoal que freqüenta o local, ou costumava freqüentar, e a
nossa proposta vai-se basear em cima de um calçadão, de uma revitalização,
aproveitando a parte do Timbuca, onde existia o Timbuca; tentar aproveitar
aquela laje remanescente e, aí, fazer uma revitalização, colocando iluminação,
calçamento, fazendo um aproveitamento já daquela praça existente, a Araguaia. E
a gente está trabalhando em cima dessas necessidades. A nossa idéia não é fazer
um projeto totalmente dispendioso nem fora dos recursos municipais. A gente
está trabalhando em conjunto com o pessoal do Pró-Guaíba, de uma certa forma
informalmente. O representante, o Coordenador do Pró-Guaíba também é morador da
Assunção, e nós estamos, então, buscando o que a Prefeitura já utiliza hoje na
revitalização da orla, ao longo da Beira-Rio, da Av. Edvaldo Pereira Paiva,
para tentar, então, implantar no bairro.
As
necessidades do pessoal da comunidade são básicas: só pedem uma área de
passeio, para que possam contemplar o rio, bancos, iluminação, um resgate
histórico. A gente vai trabalhar, então, com o André, para saber o que a gente
pode trazer de memória para aquela área. Existem algumas escadarias, que a
gente pretende preservar e revitalizar, e, na verdade, é o uso realmente para a
comunidade; o pessoal quer voltar a tomar posse daquela região, que é uma área
muito nobre da Vila Assunção. Obrigada. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Solicito aos assessores que façam uma relação dos representantes da Prefeitura,
para que a gente pudesse conhecer quem é quem. Registro, inicialmente, além do
Jorge, a presença do Ademir Fogaça Antunes, que aqui representa a Secretaria Municipal
de Obras e Viação. E espero, depois, a relação dos representantes dos demais
órgãos, para que as pessoas possam conhecê-los.
Com
a palavra, o Sr. Rogério Portanova Leal.
O
SR. ROGÉRIO PORTANOVA LEAL:
Boa-noite, agradeço a presença de todos, aqui, nessa nossa luta, nessa
empreitada. Eu acho que é a primeira, em todos os anos que eu participo, aqui
no nosso bairro. Agradeço essa ação da Câmara de Vereadores, a de sair de
dentro do gabinete e vir aqui escutar as nossas reivindicações. Isso é muito importante!
(Palmas.)
O
primeiro assunto da pauta é a iluminação pública. A gente pode acompanhar no
painel. A gente pode ver no dia-a-dia, quando circulamos pelo nosso Bairro,
diversas lâmpadas que ficam apagadas durante o dia e outras que funcionam. Então,
é apenas uma questão de revisão, assim como troca de lâmpadas, que está sendo
necessária, tem muitas lâmpadas queimadas. Além da questão das árvores que,
como já foi dito aqui, é uma questão da segurança; tem que ser feita a poda,
são galhos que ficam por baixo da lâmpada, por cima da luminária, atrapalhando
a luminosidade. Já fizemos vários encaminhamentos para a SMOV e para a SMAM
nesse sentido, e até hoje não tivemos resposta nenhuma. Então, eu acho que,
agora, é importante a participação desses órgãos do Executivo Municipal.
Outro
item que a gente tem aqui seria o das praças e das áreas públicas. A gente vai
mencionar praça a praça, mas, no todo, seriam praças descuidadas, servidões que
foram ocupadas, escadarias com conservação muito precária. Da mesma forma, a
gente fez várias solicitações e encaminhamentos para a SMAM, para o DMLU, para
a própria Guarda Municipal, e também não foram atendidos. Então, acho que cabe,
agora, a gente fazer uma parceria com o Clube de Mães para ver se a gente pode
conseguir o atendimento dessas demandas.
Em
relação às praças, eu fiz um resumo das praças do bairro. A Praça João Bergmann
eu acho que é uma das poucas que tem uma boa iluminação, aqui na Zona Sul; tem
dois postes altos, em que as luminárias estão boas, estão funcionando. Ali
naquela zona tem uma luminosidade boa. Já na mesma Praça, na parte do meio, as
árvores tomaram conta, e é uma escuridão total. Ali, das 8h da manhã até as 9h
da noite ficam concentrados elementos que vêm vender drogas para o pessoal do Colégio
Santos Dumont. Eu já chamei a Brigada Militar por duas vezes, que compareceu e
deu flagrante no pessoal. Mas não adianta ser um ou dois: tem que ser
permanente, tem que ter a ronda. E isso é um lugar público municipal que a
Guarda pode atender perfeitamente. Pode fazer uma ronda em todas as praças. Nós
temos várias praças.
Com
relação à questão da passagem, nós não temos calçamento em nenhuma das praças
da Assunção. A gente quer dar uma caminhada, quer passear e, no fim, acaba
acidentado, torcendo o pé ou caindo.
A
questão dos brinquedos na Praça João Bergmann: precisam de manutenção, pintura.
É uma coisa muito simples, um gasto muito pequeno que a Prefeitura pode fazer.
Na Praça
Franklin Perez, na frente do Santos Dumont, a gente tem vários eucaliptos que
são grandes, com tamanho significativo, e estão tomados por inços. Tem que ser
feita uma limpeza, uma remoção disso aí, para que não aconteça o que aconteceu
agora. Nós temos vários galhos caídos, e podem cair em cima de alguém ou em
cima de um veículo, ocasionando algum dano, não só material como pessoal, o que
é pior ainda.
A
Praça Tomucaré, que fica na Rua Coroados - que, na realidade, não é uma praça e
sim uma área que está emprestada ou cedida, não sei o termo correto, porque a
gente não tem conhecimento -, mas é uma praça pública, que foi cercada, foi
fechada, e lá está a Associação do DMAE, e acho que eles não estão usando,
porque ela está completamente atirada: as telas estão enferrujadas, está cheio
de galhos; os brinquedos, ali, estão todos enferrujados, em péssimo estado. Na
frente dessa Associação do DMAE, há uma outra área, também da Prefeitura, que
está emprestada para o DMLU. Há um elemento cuidando, lá, e está criando
galinha, criando porco numa área que é pública e que nós podemos usar. Não só
nós, moradores, mas toda a população de Porto Alegre, porque é um recanto em
cima do morro, com um visual muito bonito. A gente até quer preservar esse
visual, num trabalho que o Nadruz faz no Conselho Municipal do Plano Diretor.
Ele está fazendo a nossa defesa, está sozinho lá, mas é um cara que é muito
batalhador. Acho que ele merece um aplauso. (Palmas.)
Outro
item é a Praça Tupiniquim, que fica entre as Ruas Manaué e Omaguá, que está
completamente abandonada. A gente não vê nenhum elemento da Prefeitura há
alguns anos. Então, tem que fazer ali a melhoria dos equipamentos, botar
iluminação, arrumar os equipamentos para a criançada poder brincar. Na mesma
praça, mas para o lado da Manaué, tem uma quadra de futebol. Ali, graças a
Deus, botaram algumas luminárias; então, a questão da luminária está atendida,
mas a poda das árvores tem que ser feita, a remoção dos galhos, e o calçamento,
também.
Na
Praça Caraíbe, em frente ao Santuário Schöenstatt, que é atrás do Santos
Dumont, precisamos fazer a manutenção dos equipamentos, que estão todos
quebrados. Os brinquedos precisam de uma pequena manutenção, o que não requer
muito gasto.
A
Praça Araguaia, que fica na frente do Guaíba, no antigo Timbuka, agora nós
podemos dar uma boa revitalizada nela. É um local muito bonito, um recanto que
a gente gosta muito; a gente passeia por ali todos os fins de semana. Ali é
necessária a poda das árvores, a remoção de árvores de porte grande, que estão
secas e precisam ser removidas. Inclusive, nós temos uma demanda da própria
Presidenta, aqui, desde 2007. Mas nós temos uma demanda registrada, com número
de processo, e até hoje não foi recolhido. Também está faltando calçamento na
praça.
Tem
outras pequenas praças, que eu não mencionei por questão de tempo, que também precisam
das mesmas melhorias.
Aqui
eu fiz um resumo de todas as demandas para a maioria das praças. Esta é uma
reivindicação, uma pauta para a Zona Sul, que é um bairro onde a gente tem
muito verde, e o verde, hoje, nós temos que preservar. A Prefeitura não
preserva esse verde, nós preservamos dentro das nossas residências. Uma das
pautas seria: assim como existe o recolhimento do lixo seco, que existisse o
recolhimento do lixo verde; que fosse demandado uma vez por semana ou a cada 15
dias o recolhimento do lixo verde. É claro que a gente sabe que a questão do
resíduo verde, a grama, o pequeno lixo verde, a gente botando no saco preto,
bonitinho, a Prefeitura recolhe nas segundas, quartas e sextas, tranqüilamente.
A limpeza e capina da área de lazer e de passeio têm que ser feitas; a
colocação de calçada em todos os passeios; a colocação de novos equipamentos e
manutenção dos existentes, evitando riscos de danos físicos aos usuários; a
colocação e a manutenção das luminárias. E a última pauta: a realização da
limpeza e poda das árvores e a sua coleta. Uma outra que eu não acrescentei e
que a gente sabe: a Prefeitura conseguiu fazer muito bem-feita uma licitação de
8 mil cestos coletores de lixo. Já foram colocados 2 mil. Então, a nossa pauta
é que as nossas praças sejam atendidas com esses coletores. Nós precisamos,
porque é um coletor muito bom, vai ter uma durabilidade grande, e eu acho que a
gente tem que fazer essa reivindicação. Obrigado, e desculpe a demora.
(Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Queremos
aqui registrar as representações dos órgãos públicos: Sílvio Pereira Filho,
Coordenador Jurídico do DEMHAB; Gustavo Cassel, engenheiro da Gerência Regional
Metropolitana da Companhia Estadual de Energia Elétrica; Tenente Alvani Freitas
Correa, do 1.º BPM; Carlos Alberto, representando o pessoal do DMLU aqui
presente; Cíntia Krás Borges, Secretaria de Planejamento Urbano; Aldemir Fogaça
Antunes, SMOV; Jorge Ribeiro, EPTC; Sr. Carlos Augusto Fonseca Pereira,
Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Segurança Urbana, que é da Guarda
Municipal; Angélica Leal, SMAM. Muito obrigado, senhores, pela presença.
A Srª Maria de Lourdes dos Santos Sprenger,
Delegada do Fórum de Planejamento da Região 6, está com a palavra.
A SRA. MARIA DE LOURDES DOS SANTOS SPRENGER: Boa-noite,
Sr. Presidente, Vereadores aqui presentes, entidades representadas; Cléa, nossa
Presidente do Clube de Mães. Há bastante tempo estamos assistindo aqui no
Bairro a coleta de lixo a céu aberto. Fazem a coleta nas praças, nos jardins,
nas servidões, em frente as nossas garagens e o lixo que não interessa deixam
atirados no chão. Então, queremos saber do DMLU se existe algum setor ou
fiscalização que se possa chamar, quais os procedimentos que a gente possa
passar aos moradores para que se possa tomar providências, porque enquanto se
ensaca o lixo as pessoas vêm, abrem, atiram tudo e vão embora.
Também queremos saber do DMLU se está previsto um
maior número de dias na coleta seletiva ou contêiner que venham colocar no
Bairro? Esses são uns dos quesitos que elencamos aqui.
Nós temos uma entidade que tem como sigla, Proa, na
beira do Guaíba, que cercou uma área há muitos anos e nada foi feito, então
queremos saber quem é essa entidade, quem autorizou utilizar essa área que está
sendo colocado entulhos de péssima qualidade, desde lixo, sobras de tudo que é
material, pessoas estranhas circulando lá, que a vizinhança reclama, e, também,
a área onde é dos últimos pedaços que se tem para circular pela orla, está
sofrendo esse entulho, sem critério algum, onde as pedras, que são históricas,
do rio Guaíba estão sendo atulhadas, enquanto a gente viaja e faz fotos nos
rios porque tem uma pedra de 100, 200 anos. Aqui não está havendo um cuidado,
que eu acredito seja da SMAM, que deveria verificar porque esse é um problema
ambiental. Também queremos saber quem é e até quando foi essa autorização,
porque nada foi construído, apenas o entulho que está se propagando rio
adentro.
Outro tema que não poderia deixar de mencionar é
sobre os animais. Nós temos em torno de 1.300 economias no Bairro, muitos cães
de pequeno, médio e grande porte e gatos, são todos acolhidos nas nossas casas,
não há problema nenhum de cães abandonadas. Ocorre que nós temos muitas vilas
no entorno, essas vilas têm muitos e muitos animais, procriam, não têm programa
de esterilização e, também, muitos particulares abandonam seus animais próximos
a essas vilas. Então, nós queremos saber como está o programa da SMAM em
relação a uma Lei aprovada pela Câmara Municipal, com o apoio dos Vereadores,
de autoria do Ver. Sebastião Melo, sancionada no Governo Fogaça e até agora o
Programa de Esterilização está sendo feito, sim, mas do bolso das protetoras.
Nós fizemos Programa de Esterilização com cota reduzida. Inclusive tem uma
verba na SMAM de 65 mil para as vilas mais carentes e ainda não houve o empenho
dessa verba. Esta faltando um líder de ação, nome que se diz ao profissional da
Prefeitura que deve elaborar. Nós estamos perdendo de desempenhar essa atuação,
onde as pessoas ficam nos telefonando. As pessoas querem ter seu animal de
estimação, querem esterilizar, porque são caixas e caixas de filhotes
abandonados nas praças, os animais chegam aqui no nosso Bairro de carroça às 5h
da manhã, de freteiros ou carro particulares. Já conseguimos detectar casos de
carros que vieram de Canoas, denunciamos pela placa. Atiram os animais na rua
que vão se tornando agressivos, transmitindo doenças, sendo que 5% do
atendimento no HPS é de mordida de cães; depois vêm de gatos. Então, esses 5%
que se atende lá poderia controlar a população e atender melhor as pessoas,
porque nós não temos muitos leitos disponíveis no HPS e no Grupo Hospitalar
Conceição. Então, carece de a SMAM encaminhar esse Programa ou dizer o que ela
vai fazer, porque nós estamos nos mexendo, as ONGs estão se mexendo.
Queremos também saber, além da verba, o que a SMED
fez? Ela tem dentro do Decreto uma atuação, que é a educação ambiental nas
escolas, voltada à guarda responsável aos animais, criar as crianças com amor
aos animais e a Secretaria Municipal de Saúde perdeu a atribuição da
esterilização, mas ela tem outra, ela tem a atribuição de ir nas clínicas
veterinárias fazer uma trabalho em parceria para educar as pessoas, porque
adquirir um animal hoje são 15 anos de companhia. Muitos adquirem por impulso,
aí o vizinho reclama, aí a pessoa se muda para lugar menor e acaba abandonando.
É um problema que temos que enfrentar porque 59% das casas têm um animal de
estimação. Muito obrigada. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Nós temos seis
inscrições. A partir da manifestação do Sr. Nilo, os Srs. Vereadores que
queiram intercalar as suas manifestações com as demais inscrições, nós vamos
permitir.
O Sr. Lino Hamann está com a palavra.
O SR. LINO HAMANN: Boa-noite a
todos, saudações ao nosso Presidente da Câmara, Ver. Sebastião Melo; nossa
Presidente; meu colega de profissão, Ver. Comassetto, em nome dos dois eu saúdo
a todos os Vereadores e autoridades presentes. Prezados amigos do bairro
Assunção, a mim coube falar sobre a questão dos alagamentos. Uma situação que
aflige os moradores, especialmente nesses momentos de grandes enxurradas e
tempestades que ocorrem na nossa Cidade.
Eu sou um morador relativamente novo, estou há
cerca de 10 anos no Bairro, sei que aqui os moradores são antigos, preservam
suas casas, seus lares, suas residências. Dando uma estudada geral sobre a
situação dos alagamentos, comecei a pensar na situação geográfica da Vila
Assunção. Se nós olharmos a Vila Assunção, os que a conhecem e os que por aqui
passam, vão ver que ela está sentada em cima de um morro, de uma coxilha, é um
acidente geográfico bonito que a Cidade tem e, por conseguinte, as águas
escorrem para os quatro quadrantes, para o Leste, para o Oeste, para o Norte e
para o Sul, e isso tem nos trazido conseqüências sérias, primeiro, de acesso ao
Bairro. Os que acessam ao Bairro pela av. Guaíba, na altura da Vila dos
Pescadores, as águas descem, alagam a rua, interrompem o trânsito além de
alagar as residências dos pescadores que estão ali. Dias de grande enxurradas,
forma-se ali um verdadeiro poço, impedindo a passagem dos veículos. Os que
acessam pela via Wenceslau Escobar, há dois pontos de alagamento altamente
preocupantes. O primeiro deles é na confluência da Diário de Notícias com a
Wenceslau um pouquinho para cá da Termolar. Temos ali colégios, logo em seguida
supermercado, tem edifícios, em que pese obras que foram feitas algum tempo
atrás ainda persiste o problema.
O terceiro ponto que dificulta o acesso ao Bairro é
na Av. Wenceslau Escobar. Se estão lembrados, na altura do Restaurante La
Colina, na confluência da Pereira Passos, há um divisor de águas, as águas que
correm para o Sul e as que correm para o Norte. As águas que correm para o
Norte, em direção ao supermercado Nacional, transformam a rua num verdadeiro
rio. O leito da rua em dia de enxurrada se transforma num verdadeiro rio,
impossibilitando o acesso das pessoas ao Bairro. O que fazem os moradores da
Vila Assunção para chegar em casa? Vão pela Cavalhada, enfrentam alagamentos;
vem pela Otto Niemayer, enfrentam alagamentos. Então, nós estamos,
literalmente, nesses dias de enxurrada – graças a Deus que não são todos os
dias –, impedidos de chegar em suas residências. Sabemos da preocupação da
Prefeitura, meu prezado Presidente, estão fazendo obras, mas nós temos pedidos
registrados junto à Prefeitura que estão lentamente sendo analisados e ainda
não entraram em execução.
Esses são os alagamentos de acesso ao Bairro,
agora, nós temos os alagamentos internos do Bairro. No Bairro, como se trata de
uma coxilha, as águas correm para dentro do Bairro tendo ruas que acabam tendo
a quota zero no meio da rua, que é o caso da Rua Cariri; é o caso da Rua Burum;
é o caso da Praça Araguaia, das ruas Xavantes e Carajás. Aliás, um detalhe
importante, a Carajás e a Xavante, em frente a Praça, a Av. Guaíba é uma via de
acesso também para a zona Sul e ali tem outro ponto de interrupção, não é Dona
Cléa? E internamente a Rua Burum, a Rua Cariri, não sei se tem outro ponto que
eu não tenha detectado, são águas internas que correm para dentro do Bairro e
encontram dutos, bueiros, bocas-de-lobo entupidas. Felizmente o DMLU agiu a
tempo e desentupiu antes dessa ultima enxurrada, senão teríamos nossas
residências alagadas. Na Rua Cariri, temos cerca de oito a dez residências que
a cada enxurrada a água vai para dentro das casas, com prejuízos à saúde e
econômicos.
Eu quero ressaltar um outro aspecto junto com a
questão dos alagamentos e das águas que é a questão da rede de esgoto. Sabe-se
que houve um Projeto Pró-Guaíba que privilegiou algumas ruas da Vila Assunção e
outros trechos ficaram fora desse privilégio. É o caso, por exemplo, da Rua
Cariri. A Rua Cariri o esgoto, dentro do Projeto Pró-Guaíba, foi até uma
altura, mais ou menos em frente ao colégio Sant Exupéry e dali para frente não
tem mais. Sabemos do problema, fomos informados, há o afloramento de rocha e
não foi possível se fazer a canalização. Agora, nesse trecho onde pega umas 20
a 30 casas, corre o esgoto misto, e com o alagamento por águas pluviais e uma sobrecarga
no esgoto misto, essas águas voltam e penetram para dentro das casas levando,
me perdoem, literalmente, fezes. A contaminação cloacal é um problema de saúde
Pública, inclusive. E tem mais um problema que é conseqüência da existência
desse esgoto misto. Tem locais dentro do bairro que não se suporta o odor. Se
caminharmos no Bairro, nós vamos passar por boca-de-lobo e vamos sentir uma
putrefação para não falar literalmente em fedor insuportável, que nós
convivemos com isso. Na nossa rua, casualmente é a minha, a Cariri, temos um
problema seriíssimo: a Prefeitura, há pouco tempo, autorizou a construção, que
é altamente fora dos padrões do Plano Diretor, de um edifício com quatro
andares, que nós não sabemos como foi autorizado, literalmente não sabemos.
Discutimos e mandamos uma notificação extra-judicial. Não fomos ouvidos pela
Prefeitura. Está lá a obra com oito economias gerando dejetos, largando no
esgoto que não tem capacidade de escoamento e nós estamos sofrendo essas
conseqüências como foi dito aqui, pagando nossos impostos em dia e não estamos
sendo atendidos.
Eu quero fazer justiça ao DMAE que tem estado
presente analisando a situação, mas nós queremos fazer um apelo para que o
DMAE, juntamente com o DEP, conclua as obras o mais rápido possível, para que
tenhamos uma solução para o nosso problema. Então, essa é uma preocupação,
Vereador-Presidente, Srs. Vereadores, do Bairro e que, às vezes, a gente ouve
coisas que custam a descer na garganta e dói nos ouvidos da gente: “Tu mora no
bairro Assunção; eu prefiro atender a vila”. Eu já ouvi isso de uma autoridade
e por uma questão de ética eu não vou citar nome. Fiquei pasmo! Lembrei a ele
que nós também pagamos IPTU, somos gente. Se nós estamos morando aqui numa
situação melhor, foi porque nós construímos isso durante as nossas vidas, cada
um de nós construiu isso. Ninguém nasceu com essa fortuna, talvez alguns, mas a
maioria não. Então, temos que ser respeitados também como contribuintes e como
pessoas humanas.
Fica aqui, Vereador, o apelo para que o Município
volte os olhos também para o bairro Assunção, para o bairro Tristeza, que são
bairros populosos de classe média. Muito obrigado. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Sr.
Alexandre Hartman, da APROA, está com a palavra.
O SR. ALEXANDRE HARTMAN: Boa-noite
senhores, o meu nome já é bem conhecido de todos porque há 21 anos que nós
estamos tentando trabalhar para aprovar esse projeto na orla. Começamos esse
projeto em 1987. Sou velejador, fui Campão Mundial da Classe Pingüim, fui
campeão de várias classes e dava aula de vela numa escola de vela aqui da
região, começamos com esse projeto buscando aproximar esse esporte - tão bom
para todos nós, que traz tantas coisas positivas - para outras pessoas. A
partir desse momento, começou uma luta junto às entidades públicas, até se
descobrir que a área aqui da Ponta do Dionísio para frente até Viamão é do
Estado, que se conseguiu uma concessão de uso da área, depois de dez anos, num
momento político complicado. Esse momento político foi com o Governo Britto,
como Governador do Estado, e o PT no Município. O processo voltou para o
Município para ser aprovado, estava dentro do Conselho do Plano Diretor para
ser aprovado. O assessor-engenheiro – não preciso dizer o nome – pediu o
processo ficou um ano com ele parado dentro do gabinete e não deu seguimento.
Fez com que a gente, com uma qualidade muito boa familiar de advogados,
entrasse na Justiça, fizesse com que a Prefeitura tomasse iniciativas que não
levassem ao prejuízo de se perder a concessão junto ao Estado, e aprovasse o projeto. Meu pai, Círio
Clemente Hartmann, o advogado que foi assassinado há uns anos, em Garopaba,
talvez vocês tenham conhecimento, a gente até quer fazer uma homenagem a ele
nessa área fazendo um projeto, não só para o esporte, mas para entrosar pessoas
com um trabalho dentro de uma atividade ligada ao esporte. Quem conhece os
clubes náuticos sabe o que tem de gente que trabalha ligada ao esporte
prestando serviço, seja para marinharia, seja para navegar, seja para levar um
barco para algum lugar, conhece o benefício que o esporte traz para as pessoas.
Então, essa não é uma pauta que seja discutível. A partir da troca do Governo
do PT, no Estado, o PT ainda anulou a autorização de uso junto ao Estado.
Então, tivemos uma nova dificuldade que foi modificada à medida que o Germano
Rigotto foi para o Estado. Agora voltamos, continuamos discutindo a aprovação
do projeto junto à Prefeitura, tem umas plantas, tem vários documentos, que o
amigo aqui está passando. E durante todo esse período, nós acionamos diversas
autoridades, inclusive o Ver. Adeli Sell, que sempre trocou muitas informações
conosco; o Ver. Maurício Dziedricki, o procurei há pouco tempo no seu gabinete,
e quem começou o aterro nessa área não fomos nós, nós temos registros, fotos,
dessa área no momento em que ela ainda tinha muros, bancos de pedra. Isso se
iniciou quando passaram o esgoto cloacal aqui na Orla - vocês que são
moradores, como eu, conhecem isso -, eles usaram aquilo como “bota-fora” e
começaram a aterrar aquela área. Fizeram ficar desse volume, e hoje em dia o
que estão fazendo ali, não somos nós que estamos aterrando, existe um costume,
que todos os moradores aqui têm, e temos que lembrar que aquilo ali é o
“bota-fora” da Vila Assunção, seja de lixo orgânico, seja de lixo ruim.
(Palmas.) Eu não estou me eximindo da responsabilidade que a gente possa ter, e
nós assumimos toda a responsabilidade, porque nós somos concessionários da área
e queremos viabilizar o projeto ali. Mas os moradores da frente botam lixo ali.
O que a gente quer não é fazer um projeto empurrado goela abaixo, por isso que
a gente foi conversar com o Ver. Maurício, foi conversar com o Ver. Adeli Sell,
pedimos o apoio de todos os presentes, autoridades presentes, para se
viabilizar empreendimentos que gerem segurança para quem quer investir e fazer
uma coisa ali, que um dos pontos é bem interessante para vocês. Diferentemente
da Associação dos Auditores da Fazenda, que era quem autorizava o uso, e que no
momento em que a gente pediu a área para o Estado, cedeu a eles mesmos a área
do lado e fechou daquele jeito, a nossa área o Estado obrigou que fosse
remunerada, aberto, não podendo ser limitado o aceso ao público em geral, e que
tem que ter uma finalidade social. Esse projeto está vinculado a uma ONG, que
criamos, que é a Associação para Esporte, Cultura e Meio Ambiente, que tem
finalidades bem nobres, que até estão aqui também na apresentação do power
point, mas não cabe aqui inserir: aprimorar a vela, aproximar do Guaíba,
colaborar com as autoridades na busca de outras atividades. Vocês devem ter
visto há pouco tempo, a Prefeitura fez um convênio, um contrato com a Pepsi,
com uma empresa de marketing, para explorar e desenvolver a orla até a
Ponta do Dionísio. Da Ponta do Dionísio para frente, por não ser da Prefeitura,
e por ter o “rolo” do bar Timbuca, e o “rolo” da Proa, não se fez nada, não
existe um plano para essa orla. Então cabe a todos nós, e eu quero me juntar a
vocês a cobrar das autoridades que façam alguma para essa orla, aproveitem este
momento, e, se não for para ter a Proa ali, que tenha alguma coisa que abra um
espaço para quem tem um barco em casa possa pegar e descer, e não ter que se
associar obrigatoriamente a um clube caro, ou pegar e fazer só uma praça para
contemplação, que ninguém possa se aproximar, que ninguém veja.
(Manifestação
fora do microfone. Inaudível.)
O
SR. ALEXANDRE HARTMANN: Tudo
tem um custo, claro, pode gerar um custo de serviço, mas tem um investimento
que estamos disposto a fazer, mas não podemos fazer com uma insegurança total.
Então, nós tentamos o apoio dos órgãos públicos, e não está evoluindo, e nós
temos projeto aprovado. E temos uma multa de um milhão e meio que está sendo
cobrada do Município caso o Município não ter cumprido aquele projeto. Estou à
disposição, quem quiser anotar meu telefone está na placa do terreno; o meu
telefone pessoal é 99873007, e o meu e.mail é proa@viars.net.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito
obrigado. Eu faço um apelo aos participantes que, para o bom andamento da nossa
Audiência, respeitem as diferenças, a democracia tem isso. Por mais que a gente
não concorde com uma tese, nós temos que ouvi-la.
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra.
O
SR. ERVINO BESSON: Eu
quero cumprimentar o Presidente da nossa Casa, Ver. Sebastião Melo, e, em seu
nome, cumprimento os demais colegas Vereadores; cumprimento a nossa querida
Presidenta do Clube de Mães da Vila Assunção, que teve essa brilhante
iniciativa de trazer esta Audiência Pública aqui na comunidade; o Sr. Marcelo,
do DMAE, e, em seu nome, cumprimento as demais pessoas que representam as
Secretarias, autarquias, nesta Audiência Pública de grande importância; a nossa
querida Brigada Militar; nossa querida Polícia Civil, eu pedi ao nosso
Presidente para me inscrever em primeiro, porque, como vocês sabem, a
quantidade de água que caiu na nossa Cidade foi enorme, eu tenho um outro
compromisso numa comunidade, onde, casualmente, tem uma reunião para resolver
problemas de famílias que praticamente perderam tudo. Acho que, neste momento,
temos que mostrar solidariedade, nós temos que mostrar união e parceria. É
isso, gente. Eu quero parabenizar a iniciativa das comunidades, nós tivemos, na
sexta-feira da semana passada, uma Audiência Pública, na zona Sul de Porto
Alegre, de extrema importância, e esta de hoje também é. Estamos ouvindo as
reivindicações da comunidade,está sendo tudo anotado pelo Setor de Taquigrafia
da Câmara, a nossa TVCâmara, e nós, como Vereadores da Câmara Municipal, estamos
lá porque vocês nos colocaram. Então, nós temos que ter a consciência de
estarmos juntos à comunidade e tentar resolver e amenizar os seus problemas,
esse é o nosso dever, é por isso que somos eleitos. Peço desculpas a vocês, vou
ter de me retirar agora, como já disse, tenho mais uma reunião me aguardando.
Muito obrigado, foi um prazer estar aqui com vocês. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
A Srª Irani Arndt está com a palavra.
O
SRA. IRANI ARNDT: Boa-noite
a todos, eu havia me inscrito, mas o senhor já colocou com muita probidade o
nosso problema das inundações. Em frente ao Santuário, na Rua Carajás, vira um
verdadeiro rio, os paralelepípedos ficam completamente cobertos nos dias de
chuva, a água ainda não entrou dentro do Santuário e nem na nossa casa, mas
está cada vez aumentando esse problema; a água está cada vez escoando menos e
ficando mais sobre a rua, desce de todo o bairro, naquela direção. Então, era
essa a nossa reivindicação dos moradores da Carajás. Muito obrigada. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Sr. Antônio Pires está com a palavra.
O
SR. ANTÔNIO PIRES:
Presidente, para ser bem breve, eu retomo o que disse o primeiro que aqui
falou: a Assunção foi concebida, em termos de loteamento, com uma vocação
horizontal, ou seja, residências unifamiliares. As pessoas que compraram ali
terrenos e depois construíram, construíram sob o aspecto da horizontalidade;
procederam de boa fé. Hoje - como já foi dito aqui - com a construção de
edifícios e com a permissão para, nas ruas centrais, serem usados prédios com
outras finalidades, como a finalidade comercial e até de educação física - como
é o caso da Rua Tupã com a Pilates - e mais outras, criando um problema de
trafegabilidade, sujeito a acidente a qualquer momento. Ali é uma rua
estreitinha, como é a Tupã, com duas mãos, e ainda uma curva. Então, eu acho
que é preciso retomar essa parte primitiva: o caráter horizontal da Vila
Assunção, respeitando a boa fé daqueles que investiram em suas residências.
Basicamente, Presidente, é isso, o mais são detalhes colocados aqui com muita
propriedade. Se não preservarmos esse aspecto, estaremos ferindo a boa fé,
ferindo uma situação, que hoje se chama situação constituída em direito - que
equivale ao direito adquirido, em termos particulares -, nós estaremos, na
verdade, praticando um ato lesivo a boa fé. O primeiro que aqui falou, falou
com muita propriedade sobre esse aspecto, que eu reduzo a isso: respeitar a boa
fé e a situação constituída, mantendo a vocação horizontal da Vila Assunção.
(Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito
obrigado, Sr. Antônio, que é uma figura de tantos serviços prestados ao nosso
Rio Grande e a nossa Cidade, conhece o que fala.
O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Boa-noite
a todos. Quero, ao cumprimentar nosso Presidente, Ver. Sebastião Melo, pela
iniciativa de centralizar as ações e o diálogo da Câmara de Vereadores,
cumprimentar a todos os meus colegas Vereadores. Ao cumprimentar a nossa
Presidenta do Clube de Mães, cumprimento a todos os senhores e senhoras.
Permitam-me, como sou um Vereador de primeiro mandato e morador aqui da Região
Sul, fazer uma pequena apresentação aos Senhores e Senhoras. Meu nome é Carlos
Roberto Comassetto, sou Engenheiro Agrônomo de formação, colega do Lino como já
foi dito aqui; a minha especialização no campo do planejamento e território,
planejamento ambiental, e, neste momento sou um Vereador de oposição. Então,
permitam-me, aqui, trazer algumas leituras de algumas análises críticas da
nossa gestão e das orientações que entendemos que temos de provocar para que os
temas avancem.
O
primeiro deles, trazido aqui pelos Senhores e Senhoras, a respeito dos serviços
– e não vou aqui, até por que há vários Vereadores aqui de situação e que foram
Secretários, até pouco dias, da SMOV e de outras Secretarias, que poderão
responder, principalmente as questões relativas à iluminação pública, o
abandono das praças; a questão do Centro de Zoonoses, que não funciona e que
está desestruturado, na Lomba do Pinheiro, o qual tive o prazer, em 1991, de
organizar o Projeto. Diante dessas questões, a questão da segurança. Nós
realizamos, no ano passado, um Seminário, na Câmara de Vereadores, junto com a
Secretaria Municipal de Direitos Humanos, e apontamos uma solução para que a
Guarda Municipal fosse descentralizada, para atender aos postos de saúde e às
escolas, e não ficasse concentrada, principalmente, na região do Parcão de
Porto Alegre - nada contra o Parcão. Essa descentralização seria para as escolas
e os postos de saúde. Isso foi fruto de uma decisão que nós tomamos, na Câmara
de Vereadores, e isso não foi implementado, até o momento, na dimensão que
entendemos que deveria ser.
Sobre os
projetos estruturais que foram trazidos aqui, do sistema viário, alagamentos e
outros. Nesse momento, há uma orientação apontada para a Região Sul de Porto
Alegre, visando a orla. Se há um conjunto de grandes projetos, que estão sendo
projetados nesse momento para serem desenvolvidos, e se pego a região a partir
da Câmara de Vereadores para cá, há ali o Tribunal que vai construir mais um
complexo de Justiça Federal; o Praia de Belas que está buscando a sua
duplicação; o Estádio Beira Rio que tem todo o Complexo do Gigante do Futuro; o
Projeto do Álvaro Siza, do Museu Iberê Camargo, que será inaugurado nos
próximos dias; o Estaleiro Só que está com um Projeto para ser instalado no
Pontal; e o Shopping Barra Sul, entre outros que já estão projetados. Só com a
citação desses grandes projetos, gostaríamos de ter uma resposta, nesse
momento, no mínimo, sobre o sistema viário. Como ficará o sistema viário com a
estruturação que temos hoje, que é um tanto insuficiente, sob o ponto de vista
do futuro da instalação da Cidade? Por que digo isso? Porque esses projetos
estão sendo aprovados – no meu ponto de vista – sem o diálogo necessário com a
Cidade e com as regiões, principalmente quando tratamos das regiões de
planejamento do atual Plano Diretor. O Plano Diretor define e determina que as
regiões de planejamento podem discutir, fazer elaborações, e as contrapartidas
devem ser construídas colegiadamente. Isso não está sendo construído na questão
da gestão da implantação desses projetos. Portanto, é um tema para ser
analisado. Aqui queria trazer uma sugestão para a discussão: quando falamos nos
sistemas viários, nós não podemos mais permitir que se faça duplicação de vias
e que, no mínimo, – não vou nem falar das calçadas, por que isso é uma
exigência – tenham as ciclovias já instaladas nesse sistema para que possamos
ter essa visão de futuro de Cidade. (Palmas.) Gostaria de falar sobre a questão
do esgoto. Já existe um Projeto, chamado Socioambiental, que foi construído a
partir do ano de 2002 e, no ano passado, nós aprovamos, na Câmara de
Vereadores, 420 milhões, que são recursos do Governo Federal, para a instalação
do Projeto Socioambiental. E o Projeto tem por objetivo fazer o tratamento de
todo o esgoto do Arroio Dilúvio até a Ponta Grossa, de toda a região. Portanto,
esse Projeto, que já iniciou a sua implementação, deveria ter sido discutido
com todas as comunidades, para se ter um entendimento se vai resolver ou não os
conflitos existentes, como esse do esgoto misto, e o objetivo dele é elevar de
27 para 77% o tratamento dos esgotos da Cidade. Bom, eu já sugiro, Sr.
Presidente, que o DMAE traga aqui o projeto que está sendo estudado e
implantado, para verificarmos esse tipo de conflito, fazermos uma discussão,
que nós chamamos de planejamento participativo, para que a sociedade possa
analisar o Projeto e verificar; se existem deficiências, bom, temos que
corrigir ainda, para que haja esse diálogo.
E,
por último, eu quero falar aqui um pouquinho da questão do Plano Diretor. O
Plano Diretor é o segundo Projeto de maior importância de uma cidade e ele
está, neste momento, na Câmara de Vereadores, para ser feita a sua revisão. Eu
escrevi um texto, entreguei um boletim aos senhores, eu tive o papel de ser um
dos Sub-Relatores do Sistema de Gestão e Adequação do Estatuto da Cidade. E
esta região, no atual Plano Diretor, no 434, está definida com o conceito de
cidade-jardim. Cidade-jardim significa ter as moradias com espaços vazios
associados ainda ao espaço remanescente do ambiente natural com o ambiente
construído, que mantém e permaneça o verde. Esse é o conceito clássico de
cidade-jardim. Agora, o que é que nós deveríamos ter recebido, neste momento,
na Câmara de Vereadores, e não recebemos, para poder fazer a análise? Do
Sistema de Gestão da Secretaria Municipal do Planejamento, a arquiteta Cíntia,
que é uma excelente profissional, mas isso não é responsabilidade dos
profissionais, mas uma visão da Cidade e uma visão do trabalho a ser
desenvolvido. O Sistema Municipal da Gestão do Planejamento deveria fazer o
monitoramento permanente do atual Plano Diretor, apontando as suas deficiências
e apresentando as soluções. Nós não recebemos um mínimo estudo de avaliação de
desempenho do atual Plano Diretor. Portanto, qual é o adensamento que está
tendo a região? Alguém sabe? Empiricamente, sabemos, mas eu quero saber isso
tecnicamente, para ver a carga que a infra-estrutura suporta e outros. O que
foi colocado aqui dos projetos. A adequação do Estatuto da Cidade, como apregoa
o Estatuto, o Estatuto da Cidade é um instrumento que foi aprovado a partir do
ano de 2001, que é um novo ordenamento jurídico nacional que as cidades têm que
fazer a sua adequação, mas com a sua implementação na prática. No projeto que
foi para a Câmara, permita-me mais 30 segundos, não vieram esses estudos
complementares, dizendo como é feita a implementação do Estatuto da Cidade,
inclusive, um dos instrumentos se chama impacto de vizinhança. Quando é para
discutir a abertura de um novo equipamento, se não tem o estudo de impacto
ambiental, deve ter o estudo de impacto de vizinhança. Não foi apresentado à
Câmara de Vereadores esse projeto e, inclusive, muitos outros. Eu falaria aqui,
por exemplo, da regularização fundiária. Nós temos aqui, encravadas na nossa
região, algumas comunidades irregulares, como a Padre Réus, a São José Vicente
Marte, ali em cima; Campo do América, ali embaixo, que são comunidades
irregulares, essas comunidades não existem como cidadãs, porque não são
reconhecidas, não têm endereço e tudo o mais. Se nós não trabalharmos isso
também na adequação do planejamento, nós estaremos propiciando uma desigualdade.
Minha opinião, meu ponto de vista é que este Plano Diretor – este Plano
Diretor, não; o Plano Diretor é muito bom sob o ponto de vista dos conceitos -,
a proposta de revisão, como foi feita, é insuficiente para nós construirmos e
garantirmos a Cidade sustentável. Essa é a minha opinião, coloco-me à
disposição, distribuí o nosso material, está aí o nosso e-mail e o nosso
site. Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srª
Branca Mardini.
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Ver. Melo, se me permite, eu vou ter que me retirar, porque nós estamos com uma
reunião na Restinga, discutindo o hospital da Restinga, ela está acontecendo e
eu terei que ir em direção àquela comunidade também. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
Está bem, Comassetto.
A
SRA. BRANCA MARDINI: É o
seguinte: já foi tratado o assunto com relação ao transporte, principalmente
com relação aos lotações. Isso é uma coisa que, há uns 25 anos, nós estamos
tentando trazer para a Vila Assunção e, até hoje, nós não conseguimos. Só com
relação ao lotação, que é um problema bem sério, temos os ônibus, que, na
verdade, atendem a qualquer lugar menos à Vila Assunção. (Palmas.) O nosso
ônibus Vila Assunção, o percurso que ele faz é para atender ao bairro Cristal,
a uma parte da Tristeza e faz uma volta na Vila Assunção; ele não nos atende.
Outra coisa que eu observei, casualmente, tendo um problema de saúde e que não
podia me locomover de carro, o que até é uma coisa que está se falando muito,
de se evitar de usar o carro, mas também não se faz nada para que se evite. Eu
tive que andar de ônibus, e a dificuldade que eu senti para subir no degrau dos
ônibus! Eu não sei se alguém aqui teria condições, ou de que forma se
atingiriam as empresas que constroem esses ônibus, pois uma pessoa com idade,
seguramente, tem que ser alçada para subir ao ônibus, porque o primeiro degrau
é enorme, além da falta de educação, e isso vem do problema de treinamento das
empresas, dos funcionários que fazem parte e que dirigem esses veículos, no sentido
de que eles tenham um mínimo de consideração com as pessoas, porque as pessoas
mal estão subindo ao ônibus, e eles já estão se movimentando. Quer dizer, no
momento em que houver um desastre, que alguém caia, que tenha um acidente
grave, quantos anos essa pessoa vai levar para conseguir ser remunerada e
reembolsada pela Prefeitura Municipal, independente de quem seja o Prefeito?
Em
segundo lugar, o que eu gostaria também de falar é com relação, além do
transporte e dessa questão do ônibus, que eu achei muito séria, é a questão dos
passeios, das calçadas, e isso é uma coisa dos moradores. Se cada morador não
cuidar da calçada em frente à sua casa, qualquer cidadão que sofra um acidente
nesta calçada poderá, perfeitamente, entrar com uma ação contra o proprietário
desta casa, porque as calçadas estão sendo mal cuidadas e, com muita
facilidade, se tropeça, e existem buracos nas calçadas. Então, existe o lado da
parte governamental, mas, também, tem o nosso lado, que somos nós, moradores,
que precisamos cooperar para que a nossa convivência seja, pelo menos, uma
coisa mais humana e solidária. Era isso que eu queria colocar. Obrigada.
(Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Muito
obrigado, Dona Branca. Agora passo a palavra para a Srª Vera Grijó. Registramos
a presença também da Verª Neuza Canabarro, que já se encontra aqui na Mesa de
trabalho. Por gentileza, D. Vera.
A
SRA. VERA GRIJÓ: Boa-noite,
meu nome é Vera Grijó, eu sou Presidente da Associação Beneficente da Nossa
Senhora da Assunção, mantenedora da Creche Capela Navegantes. Recentemente foi
trocado o fim da linha do ônibus Pereira Passos, que ficou localizado em frente
à nossa creche. Eu, inclusive, trouxe aqui algumas fotos que depois gostaria de
entregar para o senhor: esses dias havia três ônibus parados em frente à
creche, simplesmente fechando a entrada da nossa creche. E há outro problema:
como ali não tem calçada, a que existe foi construída à revelia por uma antiga
funcionária nossa, a Neca, as crianças saem da creche e praticamente estão na
rua. Não há uma calçada que proteja; as mães vão buscar, todo mundo sabe que
criança tem aqueles rompantes, solta a mão, e existe aquela parada de ônibus
que fica a uns metros da nossa creche. Quer dizer, o ônibus estaciona, há os
telhadinhos da parada, e esses telhados quase que encostam na parede da nossa
creche. Além disso existe sempre um barulho, as pessoas conversam ali, vem uma
quituteira vender quitutes para os motoristas, isso, inclusive, está
incomodando nosso trabalho na creche.
Então,
o que eu gostaria de solicitar à EPTC é que pensem em mudar o fim da linha. Um
ônibus atropelou nosso toldo a recém colocado e até hoje ninguém tomou
providências, quer dizer, tudo que a gente conquista é muito trabalhoso,
ganhamos dinheiro do Funcriança para fazer o pátio e já está precisando de
conserto porque um ônibus simplesmente atropelou nosso toldo.
Então,
o que eu gostaria de reivindicar aqui é uma calçada, é um espaço maior entre a
creche e o meio da rua. O movimento da Av. Guaíba está aumentando, e muito - e
os carro ali não passam a 40km/h; eles passam a 60, a 80 km/h -, então, também
gostaríamos de reivindicar umas “tartarugas” antes da creche para o pessoal
diminuir a velocidade, porque se acontecer ali um acidente, acho melhor nem
pensar nisso! Vamos esperar que a Prefeitura resolva os nossos problemas antes
que algo de mais grave aconteça com uma de nossas crianças. Muito obrigada.
(Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Ver. Ismael Heinen está com a palavra.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Quero
cumprimentar nosso Presidente da Câmara, Ver. Sebastião Melo; toda a Mesa,
todos os Vereadores por esta brilhante iniciativa que tomamos, mas cumprimentar
muito mais essa população que aqui compareceu, hoje, para trazer para nós,
porque, com certeza, estamos muito mais para ouvir que falar, porque fazermos
uma proposição não é de uma hora para outra, demanda tempo e planejamento.
Mas
levantei tópicos que acho que têm muito a ver com toda nossa Porto Alegre,
alguns bairros com problemas muito profundos, mas quero resumir, sendo bem
objetivo, que são problemas que, com certeza, preocupam todo o porto-alegrense.
Hoje se nós falarmos e vermos os alagamentos que estão acontecendo; o nosso
transporte, a circulação dos nossos carros já fazendo filas em momentos de
pico; a segurança da nossa Cidade também. Mas o que eu quero dizer é que, se
nós não nos preocuparmos – o problema dos alagamentos está surgindo – com o
transporte, com o sistema viário de Porto Alegre; se nós não nos preocuparmos
com a segurança, como aqui vi que houve muito o problema de iluminação, e de
drogas e assalto achei que foi muito pouco ventilado, mas sei que se não
tomarmos as providências, e a Câmara, que se preocupou em fazer um Projeto do
estudo futuro da Cidade, em pouco tempo nós vamos-nos tornar uma São Paulo. São
Paulo não tinha a água que alagava bairros que hoje são praticamente
inabitáveis; São Paulo também está parando por falta de infra-estrutura viária.
E Porto Alegre me preocupa muito, porque se cada um tiver um carro, muitos até
com dois carros, nós vamos sofrer problemas logo. Urge que nós tenhamos
políticas pró-ativas, pensarmos na frente, temos que correr na frente, e não
apenas vermos o que está acontecendo hoje nas Administrações em geral deste
País, por falta de recursos para políticas reativas. Quer dizer, só ir atrás do
problema; só limpar o esgoto quando está acontecendo; desobstruir o bueiro
quando deu o alagamento e, de repente, estamos enterrando a população em vez de
salvar a vida deles, isso se nós não partirmos para uma política de futuro, de
planejamento, antevendo os problemas. Temos de saber que um dia pode chover,
que um dia alguém pode nos assaltar, nós sabemos que um dia nós podemos ficar
duas, três horas parados no trânsito. Era essa a mensagem que eu queria dar,
isso só se resolve vindo nas comunidades, vendo os problemas que afetam a todos
e, unidos, tentarmos resolver como estamos fazendo hoje! Muito obrigado, estou
muito satisfeito pelo que ouvi hoje aqui. Quero agradecer a presença de vocês
e, queira Deus que, unidos, com solidariedade e amor à vida possamos superar
esses problemas todos. Finalizando, quero prestar uma homenagem toda especial a
um grande amigo do meu pai, Antônio Pires, que fez trabalho maravilhoso no
passado à coletividade do Estado como Secretário de Estado - gente: isso também
a Assunção tem, como muitas outras lideranças! Muito obrigado, que Deus nos
ajude a todos! (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O
Sr. André Carus, coordenador da NAISUL, está com a palavra.
O
SR. ANDRÉ CARUS: Boa-noite
a todos, boa-noite à Mesa, Presidente Sebastião Melo, Presidente do Clube de
Mães; nós coordenamos o NAISUL, que é o Núcleo de Ação e Inclusão Social da
Zona Sul de Porto Alegre, e vamos trazer exatamente três temas que julgamos
extremamente importantes e adequados a essa comunidade pertencente à Zona Sul
da Capital. Muito se falou exatamente na escuridão das praças, e se falou,
também, na possível criação de uma ação ou força-tarefa para a segurança nas
escolas, que seja algo efetivo ou que possa ser feito em parceria com a Brigada
Militar ou Guarda Municipal. Para citar três exemplos bem objetivos de três
escolas estaduais que estão situadas nessa Região e que sofrem exatamente com a
falta de segurança, principalmente porque são escolas que contam com aulas no
turno da noite: Escola Três de Outubro, Escola Padre Réus e a Escola Santos
Dumont. Essas três Escolas são vítimas dos mais diversos tipos de delinqüência,
ou promovida pelos alunos da própria Escola ou por jovens ou pessoas de fora que
lá fomentam essa prática criminosa. Então é preciso, sim, um ação enérgica da
Brigada Militar nesse sentido, que seja feita individualmente pela Brigada
Militar ou, quem sabe, numa parceria favorável à Cidade entre a Brigada e a
Guarda Municipal.
É
importante também salientar, além da questão da segurança, que a escuridão das
praças – justiça seja feita com o atual Governo que inovou exatamente naquilo
que diz respeito à iluminação pública e trouxe mais benefícios nesse sentido
para toda Cidade - é o que provoca as reuniões de jovens, que ninguém deseja
para seus filhos e para nenhum campo. Essa escuridão das praças é o que provoca
os encontros mais inacreditáveis da história recente da Cidade e do País.
Então, ao mesmo tempo em que não se resolve a curto prazo esse problema da
escuridão, é preciso compensar com um policiamento efetivo nessas localidades.
Nós
temos uma luta, que o Naisul abraçou e chamou desde cedo à responsabilidade,
que é a da instalação do Hospital de Pronto Socorro na Zona Sul. Aos olhos de
todos pode parecer distante a possível instalação de um hospital de pronto
socorro no Parque Belém, mas nós temos essa convicção, porque enquanto a Zona
Norte, a Zona Leste, a Zona Oeste e Zona Central possuem serviços dessa
natureza, possuem Hospital de Pronto Socorro, a nossa Região continua
deficiente desse atendimento e, principalmente, as áreas mais necessitadas são
totalmente desfavorecidas em função da ausência de um Pronto Socorro. O Parque
Belém está apto, fez uma reforma desde 2003 para receber esse projeto, esse
Pronto Socorro, e até agora isso não ocorreu. Nós estamos mobilizados, mais de
30 mil pessoas já aderiram, através do abaixo-assinado, à nossa causa, e nós
precisamos de maior adesão popular para que esse sonho se torne realidade.
O
último ponto, Ver. Melo, diz respeito à questão social. Essa região também é
habitada por comunidades que possuem famílias de baixa renda, por comunidades
que estão situadas em áreas irregulares. Não existe um projeto do Poder Público
de inclusão social voltado especificamente para essas comunidades. Nenhuma
dessas comunidades tem organização suficiente que proporcione a criação de uma
creche comunitária, mas também não há uma participação maior da população no
sentido de estimular as vias alternativas de projetos de inclusão social,
principalmente nas Vilas Pellin, Santa Bárbara e Vila dos Pescadores, que são
pertencentes a essa região. É preciso olhar também para esse lado, que é um
lado sensível, e a comunidade precisa estar ciente e participar dessas questões.
Obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero
registrar a presença do Governador Collares, que muito nos honra, e pedir que
venha à Mesa conosco. Tem um espaço aqui para senhor, o povo quer lhe ver.
Passo
a palavra agora ao Ex-Secretário de Obras do Município, Ver. Maurício
Dziedricki.
O
SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Quero
fazer minha saudação à comunidade da Vila Assunção, ao Presidente da Câmara de
Vereadores, Ver. Sebastião Melo, a todos os nossos colegas, aos representantes
da Prefeitura e outros órgãos do Poder Público. Sobretudo, quero contar uma
rápida história daquilo que nós podemos conhecer e vivenciar aqui na cidade de
Porto Alegre por meio da Secretaria de Obras.
Um
problema que está sendo aqui reiterado pela comunidade é justamente o problema
da iluminação pública. O primeiro termo de co-responsabilidade firmado pela
Prefeitura de Porto Alegre com a sociedade civil foi executado por meio de uma
ação de iluminação, junto à Praça Povo Palestino, na comunidade do Jardim
Leopoldina II, uma comunidade classe média, atrás da fábrica da Fruki, na Rua
Manoel Elias. Aquela região é muito traumática para o desenvolvimento da
Cidade, porque tem um Parque que limita o crescimento, o Parque Chico Mendes.
Temos algumas ocupações irregulares, como a Chácara da Fumaça, a Vila Safira, o
Rubem Berta, limitando e criando, entre essa comunidade, uma zona de atrito; e
são pessoas tão boas quanto as que nós vemos aqui neste momento, nesta reunião,
pessoas que querem uma Porto Alegre melhor, que buscam que seus impostos sejam
revertidos a bem da comunidade. Lá naquela Praça, Ver. Melo, nós encontramos
uma situação muito grave. Toda semana a Secretaria de Obras era chamada para
fazer a substituição de 20, 30, 40 lâmpadas, porque, como foi tratado aqui, a
iluminação é um problema que acaba imediatamente envolvendo a segurança da
comunidade. Havia disputa de tráfico, disputa na colocação dos veículos
furtados de toda a Cidade que migravam para a Zona Norte e eram depositados
ali, e a escuridão favorecia aquele vizinho mais despreocupado que colocava o
seu lixo na Praça. Escuridão tem isso, só que escuridão sem uma participação
efetiva da comunidade acaba retornando à cena urbana. E por que eu digo isso?
Porque quem quebrava a lâmpada ali eram muitas vezes as crianças das moradias,
as crianças em torno da Praça. Como eu ouvi aqui, participei de uma palestra no
Colégio Santos Dumont, onde o ponto de tráfico está na frente do portão da
Escola. E aquela Praça, que vocês têm aqui, a exemplo daquilo que aconteceu lá
na Praça Povo Palestino, recebeu o que há de mais moderno em sistema de
iluminação pública brasileira: postes de aço, lâmpadas vedadas, iluminação
metálica. Hoje talvez estejam acesas, mas habitualmente estão apagadas porque
ali há o rompimento dos cabos, ou seja, o próprio aluno, o traficante busca um
elemento, o efeito surpresa, para garantir que lá se estabeleça uma zona de
atrito. A Prefeitura pode mudar isso? Pode e está trabalhando para isso. A
Brigada Militar pode participar mais? Pode e está. Mas nós precisamos
desenvolver uma ação coordenada em que a comunidade também participe e nos
ajude a identificar, porque a luta contra o vandalismo na Cidade é muito cara!
Para que vocês entendam, nesse tempo de ciclone extratropical, houve um grande
furto de fios de cobre, de fios de telefone, de cabos da NET na Cidade. Cada
metro de cobre roubado – isso foi uma pesquisa que nós fizemos e levantamos
inclusive na tribuna da Câmara – é trocado por uma pedra de crack. Então
essa sub-cultura da droga está imbuída na agressão ao patrimônio da Cidade, e
nós não podemos permitir isso.
O
meu trabalho aqui hoje, como Vereador, como colega do Ver. Melo, que tem levado
a Câmara à comunidade, é garantir que existam outras formas de envolver a
comunidade como está aqui hoje, proposto pelo Clube de Mães, com a anuência do
Ver. Melo que convocou todos os nossos Vereadores, para que aqui estivessem
ouvindo aquilo que há de mais importante. Por muitas vezes nós trabalhamos, mas
quem conhece, vive as suas dificuldades, suas grandes virtudes, é o morador. E
são vocês que fazem com que o nosso norte possa se coordenar. O norte do
Vereador que fala na tribuna da Câmara e que representa a Cidade, mas sobretudo
do Poder Público, que precisa estar aqui, e espero cada vez mais poder contar
com a participação dessa comunidade no crescimento de Porto Alegre, contar com
essas ações de cooperação. Lá na Praça Povo Palestino, não só a iluminação foi
retomada, como nós garantimos um passeio em asfalto em todo um trecho da praça.
E hoje de noite não é mais o traficante que ocupa aquela praça, não é mais o
travesti que faz ponto, nem tampouco a prostituição infantil que resistia lá.
Com a ação da Guarda Municipal, da SMAM, do DMLU, fizeram toda uma recuperação
do Bairro. Hoje de noite quem está lá é a comunidade caminhando, tomando
chimarrão, é a comunidade que conseguiu restabelecer naquela praça a sua
associação.
Então,
eu quero deixar essa mensagem aqui como aquilo que o Prefeito Fogaça nos pautou
ao longo desses últimos tempos, garantir que as nossas ações sejam coordenadas,
dialogadas, e por mais que tenhamos obras, Ver. Sebastião Melo, de grande
vulto, milhões, bilhões de reais, não existe obra maior que o nosso diálogo. E
para que aqui fique o registro, na comunidade da Assunção os caminhos estão sendo
facilitados. Na semana passada nós fizemos uma avaliação das ruas que hão de
ser pavimentadas, mais de cem ruas da Cidade atendendo um programa chamado:
Revitalização Urbana. Eu vi que em especial, aqui na comunidade da Zona Sul,
onde suas vias estão subdimensionadas, onde passam mais veículos do que
necessariamente comportaria o pavimento, a Av. Wenceslau Escobar é uma das que
receberá o asfalto novo. Inclusive proponho o diálogo entre a disputa daqueles
que querem asfalto, e aqueles que não querem, na comunidade da Vila Assunção,
porque isso é salutar, isso é a democracia, e isso é o que vocês têm que
constituir cada vez mais: participação da Vila Assunção no crescimento de Porto
Alegre. Parabéns a vocês. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Com
a palavra, o Sr. Nereu Roberto Braga, da Associação de Moradores da Vila
Guaíba.
Na nossa
via de trânsito, quem sai da Av. Diário de Notícias, e como alternativa usa a
Av. Guaíba, anda numa velocidade inadmissível, ninguém anda a 40 Km/h, é 80,
100Km/h. Existia até corrida de automóveis ali na Avenida. Já solicitamos por
várias vezes, o Seu Jorge está aqui presente, da EPTC, inclusive por escrito,
registrado na EPTC, uma alternativa para nós evitarmos a corrida de veículos
ali, seja lombada, seja sinaleira, alguma coisa que evite, porque nós vamos ter
uma fatalidade ali, e aí vai se tomar alguma providência. Só que aí vai ser
tarde, já foi um, ou dois, que nem a gente vê diariamente, e o pessoal toma
alguma providência depois do acontecimento, quando poderia ter sido antes.
Evitaríamos.
Temos
o Shopping Barra Sul, está chegando, como o pessoal falou; temos o Pontal do
Estaleiro, e o trânsito vai piorar. Então, nós temos que tomar uma providência
urgente nesse aspecto.
Agora
mesmo, sábado passado, eu estava em frente a minha residência, quando olhei
para a curva, ouvi uma cantada de pneu, e um carro entrou no guard-rail,
na curva. Se tivesse alguém ali, fatalmente, não teria… Quem mora ali
provavelmente viu o acidente, ou ouviu. Então, a gente quer uma providência,
porque realmente está horrível.
O nosso
companheiro aqui falou em várias praças. Nós temos uma praça aqui, em frente à
creche, Creche Nossa Senhora de Assunção, a Praça Tabira. A Praça Tabira é
muito freqüentada pelo pessoal, tanto da comunidade da Vila Guaíba, como dos
demais moradores da Vila Assunção. E nós queremos solicitar para o pessoal
encarregado das praça que coloquem mais brinquedos, mais alternativas para as
crianças, porque não se tem. Se a gente, de repente, dá uma volta nas praças,
não tem uma alternativa de brincadeiras para as crianças, é muito pobre nesse
aspecto. Então, nós queríamos solicitar ao pessoal encarregado das praças, que
dessem uma olhada nos brinquedos.
Voltando
à questão do trânsito, em frente à Creche se divide a rua, uma via que desce à
esquerda, e à direita uma que segue ou para pegar a Av. Pereira Passos ou
continuar na Av. Guaíba. Então, aquela ponta de canteiro está muito recuada,
ela tinha que vir mais para cá, acompanhar mais a praça, e sinalizar. Certo?
Inclusive estivemos com técnicos da EPTC ali, fizemos um estudo, e até então:
nada! Vamos começar a agir, vamos dar uma olhada mais de perto para o pessoal,
para o povo, principalmente ali da comunidade, que está penando com isso. Ação!
Outra
coisa é o lixo seco. O pessoal falou em lixo, e nós temos aqui, uma vez por
semana, o lixo seco. Então, a gente queria, de repente, ver a viabilidade de nós
termos duas vezes por semana. Nós temos só na terça-feira o lixo seco. E a
gente tem problema, alguém já falou dos carroceiros e tal, o pessoal mexe no
lixo, debulha, vira. A gente tem a educação de pegar o lixo, arrumar, colocar
direitinho, e vem alguém ali, abre o lixo, escolhe o que quer, e o resto fica à
revelia, atirado. Muitos moradores, eu já vi, costumam até ir lá depois e
limpar, juntar novamente o lixo. Então, seria, de repente, uma solicitação para
ver a viabilidade de termos umas duas vezes por semana a coleta do lixo seco.
Por
solicitação da própria Paróquia da Igreja Nossa Senhora da Assunção, a gente
vem solicitar placas indicativas da Igreja Nossa Senhora da Assunção. Não temos
nem na entrada da Av. Guaíba, nem nas entradas principais: na Av. Pereira
Passos e na Rua Sargento Nicolau Dias de Farias. Nós queríamos fazer esta
solicitação, porque a Igreja é visitada diariamente e aos finais de semana, e
nós que moramos lá, estamos acostumados a receber o pessoal solicitando
informações: “Onde fica a Igreja? Onde fica a Igreja?” Então solicitamos, de
imediato, porque também não é muito difícil, essas placas de indicações.
Para
encerrar. Existe um processo dos comércios da comunidade da Vila Guaíba
referente a alvarás que até então não foram liberados. Queremos ver junto à
SMIC e ao pessoal, por que da demora, se não eram alvarás permanentes, são
alvarás temporários, com datas limitadas? Vamos definir isso de uma vez! Alvará
com tempo limitado não tem por que não dar. Não existe isso! Vamos abrir a
cabeça do pessoal! Porque isso aí deixa o pessoal meio intranqüilo para
trabalhar. E o pessoal trabalhando, sabe como é que é... A cabecinha ocupada e
o corpo também, muitos problemas deixam de existir. É isso aí. Quero agradecer
a todos. Muito obrigado pelo momento. Boa-noite para vocês. (Palmas.)
A
SRA. RENATA GONÇALVES:
Boa-noite a todos, Moradores do bairro Assunção, Mesa. Meu nome é Renata, sou
Síndica do Conjunto Residencial Poente da Vila, situado na Av. Guaíba, em
frente à Vila dos Pescadores. Nós compartilhamos alguns problemas graves que o
Braga colocou, e agora eu vou enfatizá-los. A questão da condução, ônibus: nós
temos exclusivamente o Diário de Notícias que passa às 7 horas da manhã, ao
meio-dia e às 6 horas da tarde. No condomínio, nós temos aproximadamente 800
pessoas morando, entre crianças, jovens, adultos e idosos. O ponto de ônibus
fica próximo aos Bombeiros, então, para a maioria dos idosos é extremamente difícil
a locomoção do condomínio até o ponto de ônibus. E os horários que são
impraticáveis. Se a pessoa quer deslocar-se em algum outro horário, não tem
como: ele tem que ir até os Bombeiros e pegar uma outra linha que não seja a
Diário. É um problema grave, e é necessário que se tenha uma solução para isso.
Lotação, como já foi falado aqui por muitos, nós também não temos. Gostaríamos
de ser contemplados, como já foi colocado na proposta, porque realmente vai
facilitar o deslocamento: são muitos moradores que serão beneficiados nessa
região.
Outra
questão é a velocidade com que os veículos se deslocam na frente da Av. Guaíba.
Todos sabem que o pessoal vem da Diário, engata 80, 90Km/h e manda bala até a
creche. Tranqüilamente. Não sei como não houve nenhum atropelamento ainda nessa
região. Tivemos muita sorte! As crianças do condomínio circulam, muitas vezes
utilizam o comércio que fica na frente, na Vila Guaíba, assim como as crianças
da Vila Guaíba vêm brincar na frente do condomínio. Então, é um trânsito enorme
de crianças ali; os idosos nem se fala: eles não conseguem atravessar.
Realmente é muito difícil! Precisamos de redutores de velocidade, de
sinaleiras, enfim, os especialistas que estudem o que é possível fazer. Já
existe solicitação. O condomínio, em conjunto com a Associação de Moradores, já
fez as requisições, e por enquanto não fomos atendidos. Deixo aqui mais um
apelo para que isso seja solucionado.
Vamos
falar também das calçadas na região da Av. Guaíba. A calçada do condomínio é
transitável. O condomínio arrumou toda a calçada na frente, mas a do
condomínio. Tanto à direita, como à esquerda, não existem calçadas. As pessoas
não têm como se locomoverem, sujeitas a serem atropeladas na Avenida, porque os
veículos passam em altíssima velocidade, e não respeitam o pedestre. Se
atravessarem, existe um pedacinho de calçada na Vila Guaíba, mas até
atravessarem já temos um outro problema.
A
questão do policiamento da Brigada Militar: acho que foi falado pouco sobre a
questão Segurança. Não podemos fechar os olhos, porque temos na região pontos
de tráfico de drogas. Todos sabem, embora não tenha sido muito falado. Eu
estive, no ano passado, junto com o outro Síndico do prédio, Sr. Rogério, na
Brigada Militar, por volta de setembro, outubro, quem nos recebeu foi a Capitã
Beatriz, quando nós fomos buscar um policiamento mais ostensivo à noite,
principalmente, na região do condomínio. Confesso para vocês que saí de lá
triste. Ela nos recebeu muito bem, foi atenciosíssima, mas nós vimos o quão
deficitária estava a Brigada Militar. Ela me disse que no momento tinha uma
viatura e duas motos para toda a Zona Sul. Três ou quatro carros estariam em
conserto. Então realmente nós sabemos que vai ser impossível. O que ela me
sugeriu? Quando houver uma ocorrência que a senhora veja necessidade, façam
várias ligações. Vários moradores ligando, vai dar um determinado número: uma
demanda de chamadas para um mesmo local, vão deslocar a viatura. Como tem
acontecido. A gente tem solicitado, e a viatura tem aparecido. Demora! Muitas
vezes o fato já aconteceu, quando a viatura vem nos atender. Atendem. Atendem
bem, mas não há agilidade, porque eu sei que não existem viaturas disponíveis.
Algo deve ser feito neste sentido para viabilizar mais automóveis, motos,
enfim, ao policiamento de toda a Zona Sul.
Mais
uma solicitação: em frente ao condomínio, nós temos um problema gravíssimo de
estacionamento. Todos que passam por ali sabem. É visto, inclusive têm
automóveis que chegam à noite, mais tarde, param atrás dos que já estão estacionados,
o que dá um transtorno terrível para o morador que quer sair pela manhã e não
consegue. Existe também depósito de carros abandonados que estão ali.
Gostaríamos de solicitar a quem pode nos ajudar a tirar esses automóveis dali.
Porque eu também, confesso para vocês, coloco meu carro em cima da calçada. Por
quê? Há bastante tempo isso vem acontecendo, nós procuramos colocar o carro bem
junto à grade, para não atrapalhar o transeunte, porque na verdade não há onde
estacionar. A verdade é esta. Então, tem que ser feito um estudo de como
resolver este problema. Nós sabemos que é irregular o estacionamento na
calçada, mas não há outra solução, porque não se pode estacionar do lado da
Vila Guaíba: é proibido. E estacionam, e, de manhã cedo, as pessoas já procuram
tirar, porque - é gravíssimo - as pessoas não têm onde colocar os seus
automóveis.
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Para
a conclusão.
A SRA. RENATA GONÇALVES: Conclusão. O prédio tem 164 economias e
60 boxes. É um problema grave, é um problema grave para todos, é um problema
grave. E isso veio da época da construção do prédio.
(Manifestações
fora do microfone. Inaudíveis.)
A
SRA. RENATA GONÇALVES: Sim,
muitos têm mais de um carro, mas, na verdade, se cada economia tiver um
automóvel, já fica precário, mais os automóveis da Vila Guaíba, que também
estacionam do nosso lado. Então precisamos que seja estudada uma fórmula de
contemplar as necessidades de todos os moradores. Muito obrigada pela atenção.
Boa-noite! (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Senhores,
eu faço um apelo, para que a gente permaneça - no máximo, em 20 minutos, nós
encerraremos – para que a gente possa fazer as conclusões. Nós temos duas
manifestações e dois Vereadores que não falaram ainda.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra.
O
SR. ADELI SELL: Boa-noite
a todos! Nós aqui podemos, com a troca de conhecimento e com a demanda que está
sendo feita com a presença da Prefeitura, e principalmente vocês continuando a
cobrar dos Vereadores, ter soluções para várias questões. O “Timbuca”, todo
mundo sabe que foi uma mobilização e foi necessário gritar, espernear, se
mobilizar para tirá-lo dali. Vocês venceram, a comunidade venceu. Assim tem
muitas coisas. A questão dos ônibus, tal qual eu disse na reunião lá no Belém:
não é por falta de abaixo-assinado, não é por falta de demanda que a expansão
das linhas, o que vocês colocaram aqui, inclusive demandas que existem, eu sei,
para ônibus passarem ou lá pelo Centro Administrativo ou pela Rodoviária e
vice-versa, não é por falta disso que a EPTC não sabe qual é a demanda; é que
nós precisamos juntar todas essas energias, para fazer com que a EPTC mude de
postura. A EPTC se dobra diante dos interesses, não sei de quem, porque não
quer mudar, às vezes, uma linha algumas quadras adiante, o que beneficiaria
inúmeras pessoas, poderia dobrar o número de carros. A mesma coisa com os Ts: o
Belém está reivindicando o T11 mais para lá, aqui estão sendo reivindicados o
T3 e o T4. É uma linha que já existe; é expandir um pouco mais, colocar um ônibus
a mais, e uma comunidade inteira ser contemplada. Mas, para isso, é preciso
gritar, para isso é preciso reivindicar. Por isso nós queremos nos colocar ao
lado da comunidade, para fazer esse tipo de mobilização em conjunto. Há “nós”,
sem dúvida nenhuma, mas alguns são por posições. Eu espero que agora, na SMAM,
com a gestão do Dr. Wedy e sua equipe, mude a postura, porque isso que vocês
colocaram ali, nós demandamos em todo lugar: a poda preventiva, verificar as
árvores que estão doentes, os galhos secos, etc. e tal poderiam evitar muitos
problemas. Eu fiz um estudo sobre poda preventiva, coloquei ponto por ponto e
fiz levantamentos fotográficos em 2005 e 2006. Não tive uma questão atendida,
até que na Praça da Matriz caiu um galho em cima de um carro, eu fui servir de
testemunha. Eu fui servir de testemunha, porque essa pessoa tinha o direito,
porque nós alertamos que aquela árvore cairia, como caiu, de fato. Essas
posturas têm que mudar, a Prefeitura, os seus dirigentes, os seus gestores têm
que ouvir as pessoas, porque quem sabe, quem conhece é a comunidade, e, se nós
somos demandados, não é porque nós queiramos fazer oposição, porque nós
queiramos brigar com o Secretário; não, nós queremos solução para essas
questões.
Para
concluir, sobre o Plano Diretor: se ele não for votado neste ano, se não
caminhar, se não for resolvido, não será por falta de presença minha e de
alguns Vereadores, sistematicamente, nas segundas e quintas-feiras na Comissão
Especial, em todos os eventos do Plano Diretor. Portanto há outro tipo de
pressão, há outros tipos de interesse, há negligência, muitas vezes, e as
pessoas ficam fazendo demagogia, falando, etc. e tal. Eu quero dizer: é preciso
dialogar, sim, é preciso fazer as coisas com paciência, mas não é por falta da
nossa presença nos eventos do Plano Diretor que ele não sai este ano ou coisa
do tipo, como já andaram dizendo em algumas reuniões, este é um ano eleitoral,
é fácil fazer discurso. Nós estamos aqui para cumprir o nosso papel, porque o
Vereador, antes de fazer lei, tem que fiscalizar e estar ao lado das
comunidades. Muito obrigado. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Com
a palavra Isabel Loss.
A
SRA. ISABEL LOSS: Boa-noite
a todos! Eu só queria fazer algumas complementações. Uma delas, a pessoa que
falou em nome da Associação de Moradores da Av. Guaíba enfatizou a questão do
tráfego ali na frente dos condomínios, onde, principalmente, as pessoas não
respeitam e passam a não sei quanto por hora ali: a cem, 120.
Eu
quero chegar na questão da Av. Pereira Passos. No momento em que ela for
asfaltada, ela vai dar continuidade a essa pista de corridas.
(Manifestações
nas galerias.)
A
SRA. ISABEL LOSS: Só um
momentinho. Que o calçamento seja feito, ou refeito, que, desde que a rua foi
aberta para os esgotos...
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Isabel,
só um minutinho. Eu faço um apelo aos senhores, às senhoras: há uma pessoa se
manifestando e ela merece todo o nosso respeito.
A
SRA. ISABEL LOSS: Que a
pavimentação seja refeita - porque ela está realmente muito ruim, muito
prejudicada - de forma que a circulação melhore, mas, com o asfaltamento – eu
tenho certeza, essa é uma luta, eu venho há anos discutindo a respeito disso –,
ela vai virar uma pista de corrida em continuação à Av. Guaíba.
Outro
fator é o que a primeira pessoa que falou depois do Sr. Antonio e o Ver.
Comassetto levantou: de que a Vila Assunção é baseada num projeto de
cidade-jardim. O planejamento original é um primor em matéria de urbanismo.
Então, eu clamo que os Vereadores, ao votarem o Plano Diretor, preservem esse
patrimônio. É um patrimônio cultural que nós temos aqui. (Palmas.) E nós temos
o privilégio de desfrutar isso aqui, e toda a Cidade pode desfrutar. E que seja
inclusive exemplo para as demais cidades. Era isso. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Com
a palavra os moradores da Vila Assunção, pela Srª Léa Rahn.
A
SRA. LÉA RAHN: Boa-noite
a todos! Boa-noite à Mesa, à Verª Neuza! Eu sou moradora da Rua Paraguá e
queria reforçar uma coisa que já foi falada pela Silvana, do Clube de Mães. A
Paraguá fica entre a Praça Franklin Perez e a Praça João Bergmann. Foi alugada
uma casa pequena lá para a FASC, que é uma instituição municipal, a qual até
faz um serviço muito bonito com crianças de rua. Eles estão pensando em fazer
uma casa de acolhimento para crianças, e essas crianças, na sua maioria – não
são só crianças, são de zero a 18 anos – elas são sob situação de risco e, na
grande maioria, usuárias de drogas. Nós ficamos um pouco preocupados,
obviamente, todos com filhos pequenos, e também, como todos falaram até agora,
a Assunção é uma zona residencial, então talvez não fosse bem adequado para
aquela região ali. Também ficamos pensando - não só os moradores ali da minha
rua, mas assim como de todo o entorno, que estão preocupados -, que o aluguel
na Assunção é um dos mais caros, e também o IPTU é muito caro. Então certamente
poderia ser visto num outro local onde fosse mais barato para esse órgão, e
também uma casa maior em que as crianças tivessem mais liberdade e pudessem fazer
mais atividades, porque aquele local é uma casa pequena para fazer esse tipo de
tratamento. Era só. Obrigada. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
O Ver. Professor Garcia, Líder do Governo na Câmara Municipal, está com a
palavra.
O
SR. PROFESSOR GARCIA:
Boa-noite a todos e a todas; prezado Ver. Sebastião Melo; Presidenta do Clube
de Mães; primeiramente, quero parabenizá-los por este espírito de cidadania que
estamos vivendo aqui nesta noite. Vocês hoje fazem o contrário daquilo que eu
vou dizer agora. Nós vivemos e muito num mundo do individualismo, que chamo de
a “teoria do umbigo” - tenho dito muito isso -, que cada um quer cuidar de si,
achando que cuidando de si resolve o problema. Pode resolver o seu, mas
certamente vem o efeito bumerangue imediatamente. Se, cada vez mais, nós não
tivermos esse espírito de coletividade, de saber que nascemos para viver em
comunidade, isso aqui é o reflexo vivo, ou seja, coisas que no dia-a-dia nos
incomodam, ou, muitas vezes, nem percebemos, mas, quando podemos aqui exprimir
nossos sentimentos, elas afloram. Então é isso que nós fizemos aqui; na
verdade, uma catarse. E eu prestava atenção a cada um que falava ali, e aquilo
que era mais veemente as cabeças faziam uma aquiescência, mostrando que
realmente há uma necessidade de maior grau. E foram colocadas algumas ações
aqui que eu vi. Por exemplo, a questão dos ônibus, é uma necessidade que tem
que ser vista. Ao mesmo tempo - como o professor, tenho que fazer algumas
anotações -, foram colocadas algumas situações da Guarda Municipal. A Guarda
Municipal faz a questão do patrimônio, porque cuida das escolas municipais; nas
escolas estaduais ela não faz esse trabalho. Nós queremos aqui também, de forma
franca, dizer isso. Também foi colocado a respeito do Projeto Socioambiental,
que não houve uma discussão. Houve uma discussão, sim, e basta lembrar que, em
2004, os moradores da Tristeza impediram que fosse colocado um chaminé de 20
metros de altura, e foi refeito todo o projeto. Esse projeto que, sem sombra de
dúvida, é o maior projeto da Cidade nos últimos 100 anos; 420 milhões de reais,
duas vezes a 3ª Perimetral, canos de 1,60 metro que começam na Usina do
Gasômetro e vão até a Ponta Grossa. Nessa parte aqui onde vocês moram, vai ser
no leito do Guaíba, submerso. Então esse é um projeto que vai mudar, porque o
nosso esgoto hoje é in natura, e está previsto, até 2012, não chegar
aqui ainda. Até 2012, balneabilidade até Pedra Redonda. Quero também colocar
que algumas pessoas falaram a respeito das calçadas. Tenho o dever também de
dizer que cada um é responsável pela sua calçada. Agora, tem realmente essa
questão da ordem. Eu faço todos os dias, eu moro em Ipanema, eu gosto de vir
aqui, porque eu digo que é a Rota Romântica, que me desestressa vir ali pelo
rio. Agora, as calçadas têm que ser por conta de cada um, assim como falou
aquela senhora do condomínio. Só tem um jeito para resolver o problema do
condomínio: é vir a EPTC e começar a multar os carros na calçada. Eu sou muito
franco na maneira de dizer as coisas. É que não consegue, se tem duas, três
vias a mais que o número de estacionamento, não tem engenharia no mundo que vai
fazer isso. Então acho que temos que ser práticos em algumas ações. Também vi
as reclamações a respeito da questão do calçamento. Isso eu acho que é uma
discussão que vocês têm que fazer de forma maior na Av. Pereira Passos. Eu acho
que é uma discussão na comunidade. Agora há um detalhe que quero alertar: cada
vez mais que se asfalta, onde se coloca o asfalto, há menos drenagem. Mas não estou
induzindo ninguém, eu acho que vocês têm que fazer a discussão. A Ângela disse
que já fizeram; então, melhor.
(Manifestação
fora do microfone. Inaudível.)
O
SR. PROFESSOR GARCIA:
Tudo bem. Eu só levantei isso.
(Manifestação
fora do microfone. Inaudível.)
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Eu
não quero discutir, eu só estou levantando situações assim. É que cada vez
mais... Aqui se falou na horizontalidade, na “cidade-jardim”. Pensem nessa
questão! Cada morador tem um livre-arbítrio de decidir com seus pares, e a
maioria ganha. Para finalizar, só quero levantar também uma sugestão, Ver.
Melo, que nós ouvimos, mas, para que não fique também naquelas reuniões que soa
que não tem o resultado, que V. Exª, como Presidente da Câmara, possa, num
prazo de 45, 60 dias, dar um retorno para a comunidade, há algumas coisas que é
tipo PP, que nós chamamos, os Vereadores todos sabem, Pedido de Providências,
são ações mais simples, outras mais demoradas, mas que tragam um encaminhamento
de solução, ou uma negação. Mas eu acho que é importante um prazo, e sairmos
daqui com um encaminhamento nesse sentido. Obrigado. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):
A Verª Neuza Canabarro está com a palavra.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Sras
e srs., cheguei tarde, porque já tinha um compromisso anteriormente agendado,
mas vim aqui, porque hoje fui contatada por duas moradoras da Vila Assunção, a
Heloisa Oliveira e a Léa, que falou agora há pouco, em relação a essa casa que
foi alugada ali, na Rua Paraguá. Quero dizer que, em Audiência Pública, eu
ouço, tanto é que, no Fórum das Entidades que estou coordenando, aqui tem
liderança, a Maria Ângela, Nadruz, eu vi a Sandra por aí, nós, Vereadores, não
falamos, nós ouvimos, e estamos trabalhando em cima do Plano Diretor. Agora,
esta casa, eu vim aqui, porque eu fui atrás, Presidente, da situação. Até
porque fiquei muito surpresa, digo não, não é do feitio do Prefeito Fogaça
colocar uma casa da FASC sem dialogar com a população, com a comunidade. E isso
é o que se prega, não é isso? Dialogar. Se querem inserir crianças em outro
meio social, tem que ocorrer o diálogo. E agora, no final da tarde, eu recebi a
resposta da FASC por e-mail, que diz o seguinte: a casa que foi locada
pela FASC na Vila Assunção tem por finalidade atender o que foi exigido pelo
Ministério Público, projeto de reordenamento dos abrigos da FASC. Os abrigos
terão um número reduzido de crianças. O Ministério Público e a FASC buscaram
mudar a realidade. O perfil de abrigante de crianças na Cidade, conforme o que
estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente. O objetivo é social, o
abrigo é residencial, não haverá identificação, assemelha-se a uma residência,
serão no máximo 12 crianças de 0 a 17 anos, são crianças normais que estão
sendo cuidadas já que os pais não podem cuidar por abandono, negligência, uma
série de coisas que vocês já sabem. São crianças que estão em processo de
adoção, será uma residência normal com quatro cuidadores por turno, como uma
família, não há impedimento legal, e será uma residência.
Vejam
bem, eu até agradeço a sensibilidade da Léa, quando ela me falou, disse assim:
“Sei que é um ano eleitoral, e podem tachá-la por discriminação”. Vejam bem,
uma família com quatro cuidadores por turno, já não é família, de 0 a 17 anos,
em uma casa pequena que não há área, 12 crianças. E outra coisa que eu
considero mais grave, não consultaram a comunidade. Ou consultaram? Não. Então
algo está errado, e eu não tenho medo de me queimar, por quê? Porque nós
queremos, sim, dar uma nova oportunidade para essas crianças, mas isso tem que
ser feito com muita consciência, isso tem que ser feito onde tenha um espaço.
Vejam
bem, são 12 crianças para três dormitórios. Isso aí é um absurdo,
principalmente porque a comunidade foi desrespeitada! Nós queremos
participação, temos que chegar lá, temos que ver quem são. Eu imagino 12
crianças em três quatros e, ainda, essa diferença de idade. Não sabemos de onde
vêm, não estamos com uma idéia preconcebida. Mas eu sou educadora, e
educadores, como uma família, a cada turno mudam quatro? Vejam bem, isso é um
absurdo! É um absurdo que eu tenho certeza de que a Câmara de Vereadores vai
tomar providências. (Palmas.)
Eu
me coloco à disposição quando falaram sobre segurança nas escolas. Há um
Projeto aprovado por unanimidade, na Câmara de Vereadores, de minha autoria que
é a Área de Segurança Escolar. Não foi implantado pelo Executivo, mas nós
podemos provocar. Então essa é a minha colaboração e estou à disposição. Muito
obrigada. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Senhores,
primeiro, eu quero, mais uma vez, cumprimentar a Dona Cléa, que é uma lutadora
social, entusiasta das causas coletivas e que, muitas vezes, vai lá na Câmara
de Vereadores não reivindicar questões pessoais, nunca isso. E, por extensão,
eu sei que foi um grupo muito grande que mobilizou esta belíssima Audiência. Eu
estou muito entusiasmado, porque, se leis resolvessem os problemas do Brasil,
nós éramos a Suíça do mundo, não é Alceu Collares? Então, nós temos que parar
de produzir leis, e os Legisladores têm que fiscalizar melhor e ter atitudes.
(Palmas.)
E
aqui alguns vão dizer: “Mas, olha, Presidente, a Câmara vai lá para ponta, vai
levar muita chinelada”. Eu digo que bom que leve, e que seja aplaudido aqueles
que trabalham. Então nós estamos percorrendo a Cidade, até porque eu acho que
houve erros dos dois lados nessas duas últimas décadas, quando quiseram
confrontar o OP com a democracia representativa, e a democracia representativa
com o OP. Isso é um profundo equívoco. Sabem por quê? Porque os dois são
importantes para a Cidade, são indispensáveis. Cada Governo, em sua época e em
seu momento, traduziu as suas construções. Eu me lembro, por exemplo, e eu
milito nesta Cidade há 30 anos, portanto, eu venho dos Governos que ainda não
foram eleitos, que nos tiraram este direito por mais de 20 anos, de
escolher o nosso Prefeito, que tinha lógica muito concentrada, sem
participação, produzia um Orçamento muito centralizado. O Collares ganhou a
eleição em 1985, uma eleição solteira, que não teve eleição de Vereadores, porque
os Vereadores que vinham de 1982 tiveram os seus mandatos prorrogados até 1986,
para coincidir com a eleição de 1988. E o Prefeito Collares, que teve um
mandato de três anos, institui os chamados Conselhos Populares, que era uma
forma de dividir a responsabilidade da gestão pública com a sociedade civil
organizada. A Frente Popular ascendeu ao Governo - e permaneceu 16 anos -, e
achou que o caminho que deveria se conceber e ganhou com essa proposta a
chamada “relação direta com a população”. E, de certa forma, produziu, e eu
digo isso ao Ver. Adeli Sell, que é um Vereador muito arejado de setores do seu
Partido, cometeu esse equívoco. E a Câmara de Vereadores, por outro lado,
aceitou esse equívoco, disseram o seguinte: “Olha, vocês estão aí, na Câmara, e
nós somos os agentes sociais e o controle social, e os senhores têm que
carimbar o que nós fazemos”.
E
eu acho que a nossa gestão, Verª Neuza Canabarro, está produzindo uma coisa
excepcional, de forma muito coletiva. Ela está fazendo três coisas fundamentais,
primeiro, nós vamos entregar uma Câmara de Vereadores mais racional, mais
moderna e com menos custo para a Cidade, porque nós tivemos a capacidade de
assinar o primeiro convênio de qualidade do Legislativo do Brasil, com o PGQP,
e hoje os resultados são excepcionais. O que se cortou de coisas, de
“burrocracia” nesta Casa, nesses quatro meses, sem diminuir o trabalho da
Câmara de Vereadores, é uma coisa fantástica. Criamos uma Ouvidoria, um 0800, o
cidadão não precisa hoje sair do Sarandi e vir até a Av. Loureiro da Silva,
pode chegar ao Centro da Cidade e procurar o Mercado Publico, lá há dois
funcionários das 8h às 18h para ouvir a população, as suas reivindicações, as
suas demandas, como os senhores fizeram aqui.
E
Câmara de Vereadores vai em cada região da Cidade uma audiência pública, no
mínimo uma. Mas eu quero dizer que não vai ser despachado, e eu já disse ao meu
Diretor, competente Luiz Afonso, que não demora um minuto em minha mesa toda
audiência pública que for solicitada, porque a Câmara de Vereadores tem que
estar onde o povo está, nós somos empregados do povo, recebemos para isso, e
devemos estar no dia-a-dia da luta da Cidade. É importante o Plenário, as
Comissões, o Plano Diretor, e aí eu tenho que dizer aqui - permita-me, meu caro
Ver. Professor Garcia - que acho extremamente ruim discutir Plano Diretor em
ano de eleição, serve para o discurso fácil, para os dois lados. Mas eu não vou
aceitar, como Presidente da Câmara de Vereadores, dizer que a responsabilidade
do atraso é nossa, não. O Plano de 1999 estabeleceu em suas disposições
transitórias de que três anos deveria ser revisto e atualizado, portanto, em
2003, ele deveria ter proposto uma revisão. Não aconteceu em 2003, não
aconteceu em 2004, 2005, 2006 e só chegou na Câmara de Vereadores em 2007.
Portanto nós estamos atrasados de 2003 para 2007, e há alguns meses, agora,
dizem que a responsabilidade é da Câmara; não, a responsabilidade não é da
Câmara, porque essa é uma matéria de alta complexidade, meu caro Nadruz, de
alta complexidade! Que precisa ser trabalhada com menos discursos emocionais,
mas com racionalidade, e ela tem que ter...
(Manifestação
fora do microfone. Inaudível.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não,
não é o teu caso, tu és um apaixonado pela luta urbana. Agora eu também não
posso, ao encerrar - e faço a saudação ao Ver. Claudio Sebenelo, que acaba de
adentrar -, que nós também temos que olhar a floresta em seu todo. E as
florestas das cidades são o seguinte, o Brasil, hoje, neste momento, senhores,
nós estamos com 85%, dos 180 milhões de brasileiros, morando nas cidades. Coisa
que, em 1960, era apenas 35% da população brasileira, e, no mundo, hoje, 50%,
na virada do ano, passa a ser urbano, mas, na América Latina, é 78% e, no
Brasil, é 85%. O que significa isso, meus senhores? Significa que os entes
municipais, até porque, sempre foram relegados pela República, no Brasil, a
União pode tudo, os Estados podem um pouquinho e os Municípios quase nada. Eu
vou dar um exemplo: no final da Constituinte, o Governador Collares sabe disso,
Deputado Federal, Deputado Adroaldo Streck estava aqui, não sei se está aqui
ainda – já saiu -, fizeram-se algumas mudanças para fortalecer, para ter como
protagonistas os Municípios, e os Municípios passaram a receber 20% do que o
Brasil arrecadava em imposto. Pois os Governos da República, vendo que, em
criando imposto, a partir de 1988, tinha que repartir com os Municípios,
pararam de criar impostos e passaram a criar as tais de contribuições, que não
repartem com os Municípios. Hoje, Porto Alegre, Canoas, como qualquer outro,
não recebe 14% do bolo tributário de quase 40% de uma carga pesada do Brasil.
Então tu tens duas cidades dentro de uma Cidade; tu tens a Cidade regular, em
que chegou a luz, em que chegou a água, se a praça não é bem cuidada, mas ela
existe. E eu estou falando para gente que vive esta Cidade, pois há 300 mil
pessoas nesta Cidade que vivem pior do que os animais domésticos da classe
média brasileira: não têm casa, não têm água, é esgoto a céu aberto, é
palafita, é dengue! Então eu acho que nós temos que tratar a Cidade em seu
todo, e a Cidade em seu todo precisa ser olhada para o futuro; não há espaço,
nós podemos enfrentar questões pontuais, e devemos enfrentá-las. Os serviços da
Cidade, a fiscalização, a iluminação, o ônibus, mas é preciso ter políticas de
desenvolvimento sustentável para os grandes centros urbanos, não tem como. E aí
o Plano Diretor tem que examinar isso dessa forma, e não há outra maneira que
um equilíbrio entre o social, o ambiental, o paisagístico. E vejo, portanto,
que essa matéria precisa ser muito discutida. Por isso eu quero dizer que
aceito a sugestão, dentro de cinco dias, o Sr. Prefeito terá um relatório
minutado, como nós fizemos nas nossas Audiências Públicas, mas eu mando para
cada Secretaria, para que os senhores possam acompanhar. Espero atentamente –
vi que alguns anotaram, outros não anotaram, mas eu vejo que os órgãos da
Prefeitura podem começar a agir. Há questões que podem ser enfrentadas amanhã!
(Palmas.) Correto? Eu acho que está à disposição o nome das entidades, das
pessoas, mas todo mundo ficou aqui se conhecendo. Então, meu caro Garcia, se é
verdade que a EPTC tem que multar, mas também é verdade que não poderia liberar
uma obra sem garagem, porque também, quando se planeja, planeja mal. Quer
dizer, se compra carro neste País por 200 reais o novo, e o velho se compra por
50 reais. Essa cultura do automóvel é uma coisa danosa para o mundo urbano.
Esta Cidade tem 630 mil veículos, se nós continuarmos desse jeito, não há como!
Esta Cidade vai parar! Vai parar! E aí eu quero...
(Manifestação
fora do microfone. Inaudível.)
O
SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Pois
agora, eu vou lhe responder, porque tenho audiência marcada e eu vou avisar aos
senhores, aqui há uma disputa surda entre ATP e ATL, e quem está pagando a
conta é povo. (Palmas.) E eu vou botar os dois um na frente do outro, porque
não é justo para mim, como agente público, para nós, eu quero saber que a
população seja atendida, se a lotação vai ser dos transportadores de ônibus, ou
não, isso não me interessa! Agora o que eu não posso proibir de botar uma
lotação, porque a lotação não pertence aos donos de ônibus. E o que está
acontecendo, eu quero dizer com a responsabilidade que tenho como Presidente da
Câmara, é isso que está acontecendo no Belém Novo, na Restinga, na Assunção, e
nós temos que enfrentar! E a EPTC tem que sair do muro, é um poder concedente,
tem que arbitrar! Quando há dúvida e há briga, o poder concedente tem que
arbitrar! Para isso, nós queremos dizer que a Câmara vai fazer o seu papel: vai
haver Audiência na Câmara, os senhores serão convidados, terão oportunidade.
Por isso eu quero, mais uma vez, agradecer à senhora, que provocou a Câmara
para vir aqui, veja que vários Vereadores estiveram aqui, eu vi que todos
anotaram, o Líder do Governo, que é muito diligente, anotou; com certeza,
amanhã, vai usar dos seus instrumentos, como Líder do Governo, para poder fazer
os encaminhamentos, mas quem também não é Líder do Governo tem o papel igual a
qualquer outro Vereador, que é buscar soluções.
A
democracia que nós ajudamos a construir é um espaço de grandes concertações, às
vezes, até de confronto, mas ela não deve ser permanentemente de confronto. Por
isso eu quero dizer que os nossos Vereadores, que os conheço todos, trabalham
muito, cada um ao seu estilo, da sua forma, mas não há soluções isoladas; não
há, sempre digo, nenhum Vereador, nenhum Deputado, nenhum Senador, nenhum
Prefeito, que vá enfrentar lá de longe as questões do dia-a-dia. É preciso, e
vocês estão de parabéns, porque eu sei que vocês se reúnem toda semana. O
Marcelo, que eu conheço muito; a Malu e outras pessoas, que eu conheço vários
aqui, vocês são atores sociais extraordinários, porque vocês lutam diariamente,
seja na causa animal, seja na questão das carroças, que é uma questão que nós
temos que enfrentar socialmente, mas não dá mais para conviver com oito mil
carroças nesta Cidade. Nós temos que fazer uma transposição honesta para outras
atividades. A era do cavalo e da carroça já terminou, a época do lampião
terminou! (Palmas.) Nós temos que ter coisas mais modernas. Então quero
agradecer, enormemente, saudando cada um de vocês. Nós vamos marcar a data do
retorno, mas, com certeza, eu espero, não vou abrir para os órgãos da
Prefeitura, porque são tantos, e eu acho que nos tornaríamos enfadonhos. Queria
especialmente cumprimentar cada um, a nossa Brigada Militar, que, com toda
dificuldade, mas que é uma instituição que orgulha o nosso Rio Grande do Sul.
Muito obrigado. (Palmas.)
(Encerra-se
a Audiência Pública às 22h01min.)
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